Caso Becciu, o Papa chama o cardeal Pell

Mais Lidos

  • “A destruição das florestas não se deve apenas ao que comemos, mas também ao que vestimos”. Entrevista com Rubens Carvalho

    LER MAIS
  • Povos Indígenas em debate no IHU. Do extermínio à resistência!

    LER MAIS
  • “Quanto sangue palestino deve fluir para lavar a sua culpa pelo Holocausto?”, questiona Varoufakis

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

29 Setembro 2020

A chegada é prevista para esta terça-feira. Os problemas do cardeal australiano na Cúria começaram precisamente em coincidência com os pedidos de avaliação sobre a compra do prédio na Sloane Avenue, em Londres.

A reportagem é de Maria Antonietta Calabrò, publicada por Huffington Post, 28-09-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

O Papa pediu ao Cardeal George Pell que voltasse imediatamente ao Vaticano. É esperado nesta terça-feira em Roma. Não é – como se poderia pensar – apenas uma "compensação", consequência de uma lei de retribuição, face à renúncia imposta na noite de quinta-feira ao principal adversário da Cúria do cardeal australiano, ou seja, Angelo Becciu, ex-prefeito das causas dos santos. Não é só isso, é muito mais. Porque, os problemas de Pell na Cúria (antes e para além das acusações de pedofilia em sua terra natal) estavam ligados – isso resulta de fontes qualificadas do Huffpost – aos pedidos de verificação que o Ranger (este era o apelido de Pell, por seus modos sem rodeios) apresentou justamente sobre a compra do prédio da Sloane Avenue, em Londres. O prédio que está sob a mira dos investigadores do Vaticano desde 2019, após as denúncias do IOR e do Auditor Geral. Nem se trata apenas do fato de a Secretaria de Estado conseguiu, desde a época de Paulo VI, se fortalecer do ponto de vista financeiro com fundos reservados (reportando-se sempre ao Papa), um verdadeiro tesouro de várias centenas de milhões de euros.

Pell havia denunciado publicamente a existência desses recursos extra orçamentários já no final de 2014 pois, em sua opinião, trata-se de uma prática "anômala" de acordo com os critérios modernos de gestão, que potencialmente expõe a possíveis abusos e zonas turvas. Uma prática difundida, em menor escala, também em outros dicastérios da Cúria e que agora – também devido à necessidade de concentrar toda a liquidez do Vaticano na Apsa devido à crise econômica – vai acabar, conforme foi oficialmente anunciado há algumas semanas pelo novo prefeito de economia, Guerrero Alves, jesuíta. Os "problemas" de Pell começaram mais recentemente (2016) quando ele começou a fazer perguntas específicas sobre a operação de compra nas margens do Tamisa, após ter recebido informações pouco tranquilizadoras de ambientes financeiros ingleses sobre a rede de personagens e de mediadores que giravam em torno do negócio, como o broker Torzi, há tempo na lista negra das autoridades e os bancos envolvidos.

Essa é a história que Pell terá que contar ao Papa a partir de amanhã, quando seu retorno coincidirá com a festa de São Miguel Arcanjo, o príncipe das hostes celestiais que derrota o diabo. Agora todos se perguntam se Pell se estabelecerá na Casa Australia, complexo que abriga prelados e seminaristas australianos perto da Piazza Indipendenza, ou se será hospedado na Casa Santa Marta, residência onde vive Francisco, em contato direto com o Pontífice, com quem poderá ter conversas como e quando quiser, longe de olhares indiscretos.

 

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Caso Becciu, o Papa chama o cardeal Pell - Instituto Humanitas Unisinos - IHU