Número de desalentados sobe 84% com a pandemia na Região Metropolitana de Porto Alegre

A Região Metropolitana de Porto Alegre, no terceiro trimestre, apresentou 137.681 pessoas em situação de subocupação, ou seja, pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana e gostariam de trabalhar mais.

Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil

Por: Gustavo Diefenbach e Marilene Maia | 22 Dezembro 2020

Os dados do mundo do trabalho e da vida dos trabalhadores na Região Metropolitana de Porto Alegre levantados pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio - PNAD no terceiro semestre de 2020 revelam que o desemprego e o desalento seguem crescendo, especialmente entre os jovens de 14 a 30 anos. Esta mesma pesquisa anuncia que, pela primeira vez no ano, homens e mulheres tiveram o mesmo número de desemprego.

A desigualdade de renda pelo trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre segue aumentando, já que a população em situação de pobreza teve a queda de renda em 1% e os ricos o aumento de 2% em seus rendimentos.

 

A análise é do ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU.

 

Desemprego no Rio Grande do Sul

 

O estado do Rio Grande do Sul apresentou uma taxa de desemprego de 10,3% no terceiro trimestre de 2020, um aumento de quase 1% em comparação ao segundo trimestre do ano, que apresentou uma taxa de 9,4%. Entre os dados dos estados que compõem a Região Sul do país, Santa Catarina apresentou a melhor taxa de desemprego, de apenas 6,6% no terceiro trimestre e Paraná 10,2%.

 

Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre 

 

Já na Região Metropolitana de Porto Alegre a taxa de desemprego chegou a 13%, um aumento de 0,8% em relação ao segundo trimestre de 2020. Até o segundo trimestre do ano, o maior número de trabalhadores desempregados na região eram mulheres. Nesse terceiro trimestre se igualou o número de desempregos entre os sexos.

Entre as faixas etárias, a situação mais preocupante são os jovens entre 14 e 30 anos, que representam 44% dos desempregados na Região Metropolitana de Porto Alegre; as faixas etárias de 31 a 40 anos representam 21%; 41 a 50 anos, 22%; 51 a 60 anos, 11%; e 61 a 70 anos, 1,5%.

 

Desalentados e subocupados

 

A Região Metropolitana de Porto Alegre, no terceiro trimestre, apresentou 137.681 pessoas em situação de subocupação, ou seja, pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana e gostariam de trabalhar mais, indicando um aumento em comparação ao trimestre anterior e passando o patamar do primeiro trimestre do ano. A metropóle de Porto Alegre ainda possui 52.333 desalentados, enquanto esse número no primeiro trimestre de 2020 era de 28.405.

No terceiro trimestre houve uma mudança em relação as faixas etárias dos desalentados. No período anterior o maior número de desalentados estava na faixa etária dos 14 a 30 anos, porém os últimos dados mostraram uma queda nas faixas etárias dos jovens e um aumento significativo entre a população acima de 30 anos.

 

Renda e desigualdade

 

O rendimento médio mensal de todos os trabalhos da Região Metropolitana de Porto Alegre teve um aumento de 8% em relação ao trimestre anterior, chegando a R$ 3.121. Entre a população dos 10% e 20% mais pobres, houve uma queda de 1% na renda, no entanto a população dos 10% mais ricos teve um aumento de 3% na renda e a 1% mais rica teve um aumento de 2% no rendimento médio mensal. O índice de Gini apontou um aumento, chegando a 0,5199, o maior índice dos últimos anos, superando o primeiro semestre de 2020.

 

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