03 Setembro 2014
Ao longo dos últimos anos, um tema que tem suscitado debates acirrados acerca de definições nas publicações do IHU, tem sido a categoria Juventude. O interesse deste presente texto foca no entendimento de que a “juventude” não oferece elementos catalisadores suficientes para uma síntese.
Além dos recortes pragmáticos de idade fixados nos documentos oficiais (seja os documentos da ONU, seja documentos censitários), é implícito que a “juventude” não se pensa, não se autoanalisa. Ela simplesmente é, inclusive não se dando o nome de juventude, nem se auferindo nenhum outro nome, pois quem deu esse nome a ela fomos nós, os adultos.
“O jovem” parece mais uma figura idealizada do que uma categoria específica com recorte de idade. Ao menos foi isso que ficou claro na pesquisa publicada nos Cadernos IHU, em sua 49ª edição, sobre o movimento escoteiro (clique na imagem ao lado). O jovem enquanto figura idealizada não desautoriza o que é afirmado nesta pesquisa sobre o modo como é trabalhado pedagogicamente
o jovem: existem jovens, mas eles são mais multifacetados e heterogêneos do que o vocábulo “jovem” possibilita sintetizar. Enquanto que há um discurso oficial sobre "o" jovem.
Exemplos da multitude encontrada nas definições do que é ser jovem podem ser encontradas em duas edições da revista IHU On-Line: na edição 273, de 15-09-2008, sob o tema "Juventude. O idêntido e o diferente" (clique na imagem ao lado), com entrevistas de Mário Corso: O grande medo dos jovens é não encontrar um lugar no mundo adulto; Maria Isabel Mendes de Almeida: Um jovem cada vez mais autônomo e menos independente; Luís Antonio Groppo: Movimento estudantil: um resquício do passado?; entre outros.
E ainda a edição 208 da revista IHU On-Line, com o tema "Culturas jovens" (clique na imagem ao lado), que conta com entrevistas de Helen Gonçalves, Denise Portinarie, Fernanda Coutinho, Francisco Ortega e Miriam Goldenberg.
Prof. Dr. Hilário Dick oferece um excelente relatório também publicado na 18ª edição dos Cadernos IHU, com o artigo Discursos à Beira dos Sinos: a emergência de novos valores na juventude, o caso de São Leopoldo (clique na imagem ao lado), onde oferece um estudo sociológico sobre a realidade da juventude na região de São Leopoldo. Abordando seus valores em relação à cultura política, ao trabalho, à família e à sexualidade, entre outros.
Neste sentido, Cátia Andressa da Silva oferece uma compreensão sobre como se construíram as ações jovens em épocas históricas onde imperava certos paradigmas políticos específicos do século XX, na 63ª edição dos Cadernos IHU ideias, Negações e Silenciamentos no Discurso Acerca da Juventude. Segundo a autora: "Um importante período que investigo é o nazismo de Hitler, olhando de forma mais aproximada, o que aconteceu com essa juventude? Onde estava a juventude em todo esse complexo período histórico? Outra importante fase histórica que estudo é o ano de 1968 no Brasil. Aqui se verifica certa abertura na historiografia à idéia de que os jovens foram sujeitos, agentes políticos. Mas será que é suficiente para a compreensão da época? Será que, no exercício de historiadores/professores de história, isso está sendo destacado? Realizo a leitura destes momentos de outro lugar, de outro ângulo de observação."
Em outra frente, os Cadernos IHU em formação, em sua 46ª edição, oferece uma série de entrevistas realizadas pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, a partir do contexto das manifestações que ocorreram a partir de 2013. A publicação intitulada Consequências do Outono: juventude, rua e desencontro político pode ser acessada em PDF na imagem ao lado e conta com entrevistas de Rodrigo Nunes, Antonio Martins, Leandro Beguoci, Lucia Mury Scalco, Salete Valesan, Bruno Lima Rocha, entre outros.
Regularmente, novas publicações são disponibilizadas digitalmente no portal das publicações do Instituto Humanitas Unisinos - IHU e no site da revista IHU On-Line.
Boa leitura!
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A colonização ontológica da juventude: guia de leitura IHU - Instituto Humanitas Unisinos - IHU