Cardeal Tobin pede solidariedade aos que enfrentam deportação iminente

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19 Mai 2017

O Cardeal Joseph Tobin, da Arquidiocese de Newark, no estado de Nova Jersey, pediu ao presidente Trump e ao Congresso para que aprovem uma reforma imigratória completa em discurso no Brooklyn durante o qual instou solidariedade às pessoas que enfrentam deportação.

“Realmente é preciso querer infligir crueldade contra pessoas inocentes para escolher apoiar as políticas que estamos vendo nos últimos meses, ao mesmo tempo em que se tem o poder de mudar a lei”, disse o Cardeal Tobin.

A reportagem é de W. Massey, publicada por America, 17-05-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Segundo o prelado, as virtudes cristãs da graça e misericórdia deveriam levar os legisladores a repensar a maneira como os EUA tratam os imigrantes. Afirmou que o controle republicano dos poderes executivo e legislativo representavam essencialmente o governo de um só partido, pondo os membros do Partido Republicano em uma posição única para aprovar uma reforma abrangente, se assim desejarem.

“Eles podem tirar da sombra quase 12 milhões de pessoas, se quiserem”, acrescentou. “Não se trata de segurança fronteiriça. Trata-se de estar atento à realidade das pessoas que já estão em nossas comunidades”.

Tobin falava em um evento anual em comemoração ao Dia Mundial das Comunicações Sociais promovido pela Diocese do Brooklyn, onde recebeu o prêmio “St. Francis de Sales” (São Francisco de Sales), oferecido a comunicadores de destaque. Poucas horas antes de proferir o principal discurso no evento, a agência americana de imigração e alfândega informou que, nos 100 dias desde que Trump emitiu novas ordens executivas relativas à imigração, agentes federais tinham detido mais de 41 mil pessoas “que são ou conhecidas ou suspeitas de estarem ilegalmente no país”, número que representa um aumento de 37,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Tobin, chefe da maior arquidiocese de Nova Jersey, é conhecido por defender os direitos dos imigrantes e criticar abertamente as políticas imigratórias do governo federal. Ele se juntou a uma iniciativa em Washington, DC, composta por quase mil líderes empresariais e políticos contra as ações encabeçadas pelo presidente em janeiro. Na ocasião, Tobin considerou “um disparate” a proibição temporária à imigração, assinada por Trump contra sete países de maioria muçulmana.

Em março, ele liderou uma manifestação pública de várias dúzias de clérigos em apoio a Catalino Guerrero, em uma audiência de deportação. Guerrero, de 59 anos, que entrou nos Estados Unidos de forma ilegal em 1991 e mais tarde pediu asilo, recebeu a prorrogação de um ano para a sua estada no país em abril.

“O serviço de comunicar esperança, hoje, começa com dar um rosto a situações aparentemente sem esperança, situações como a do Catalino, quem, sem a solidariedade dos seus irmãos e irmãs, pode muito bem ser afastado da esposa, dos quatro filhos e netos”, declarou o cardeal.

A decisão de acompanhar Guerrero representou mais do que fazer a diferença para uma única pessoa, segundo Tobin. O ato deu um rosto ao debate sobre a deportação e ajudou outros a compreenderem a luta e o medo dos imigrantes nos EUA hoje, ainda segundo o cardeal, que disse ainda que um gesto assim é algo que todo cardeal, bispo ou prefeito poderia fazer. Pessoas bem-intencionadas, inclusive pessoas religiosas, podem ignorar as realidades das pessoas próximas, disse.

Esta sensação de não haver um rosto é perpetuada pelos políticos, bem como por membros dos órgãos de imprensa. Quando os meios de comunicação que visam lucro correm atrás dos índices de audiência, podem perder de vista a responsabilidade importante de informar o público, declarou o Cardeal Tobin. Ele acrescentou que a fé deve nos levar a agir em nome dos demais, difundindo esperança, como disse o Papa Francisco em sua mensagem no Dia Mundial das Comunicações Sociais. [1]

“Como cristãos, não temos outra opção senão a de ser discípulos da esperança”, disse Tobin. “Sugiro que a forma de fazer isto seja dando um rosto a pessoas e situações que são apresentadas sem rosto e cujas faces foram distorcidas”.

Nota:

[1] Confira a mensagem do Papa Francisco aqui.

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