Quinto aniversário do sequestro de padre Paolo Dall'Oglio. Para não esquecer

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20 Julho 2018

Cinco anos se passaram desde 29 de julho de 2013, dia em que o padre jesuíta Paolo Dall'Oglio foi sequestrado em Raqqa. Desde então, ninguém conseguiu obter nenhuma notícia sobre o destino do religioso, sequestrado, de acordo com as reconstruções mais confiáveis, por um grupo de extremistas islâmicos pertencentes ao al-Qaeda. Seu trabalho incansável de diálogo inter-religioso com o mundo islâmico, bem como a sua vontade de aprofundar e entender a crise das "primaveras árabes", oferecendo sua contribuição como cristão para o processo de renovação dos países do Oriente Médio ainda oprimidos por ditaduras, foram elementos que marcaram seu compromisso com a Síria, onde viveu por mais de trinta anos.

A informação é publicada por Il Sismografo, 19-07-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Na Síria o padre Dall'Oglio tinha re-fundado, em 1982, o mosteiro sírio-católico de Mar Musa, no deserto ao norte de Damasco e poucos anos depois tinha ajudado a criar uma comunidade eclesiástica mista, para promover o diálogo entre o Islã e o cristianismo.

As expulsões a que tinha sido submetido entre 2011 e 2012 não conseguiram afetar sua obra inspirada pelo ecumenismo, enriquecida por uma profunda espiritualidade e fraternidade. A comunidade Al-Khalil (amigo de Deus), fundada pelo padre Dall'Oglio no mosteiro reconstituído de Mar Musa, era um reflexo dessa vocação.

Nos últimos anos, muitas vezes Papa Francisco dirigiu apelos e orações de esperança para que apareça a verdade sobre o padre Dall'Oglio, este seu irmão com o qual o Pontífice compartilha não só a fé, mas também a visão de diálogo, compreensão e solidariedade com o mundo cristão do Oriente e com o Islã.

A Síria, terra atormentado por uma terrível guerra civil ainda em curso, nos últimos anos tornou-se um lugar de martírio e sofrimento para muitos religiosos. Entre as muitas figuras que pagaram pessoalmente por suas escolhas de fé e de testemunho lembramos, além do padre Dall'Oglio, os dois metropolitas de Aleppo, o grego-ortodoxo de Boulos Yazigi e o sírio-ortodoxo Youhanna Ibrahim, ambos sequestrados em abril de 2013, cerca de três meses antes do jesuíta italiano. Também deles não há mais notícias certas, assim como não se sabe nada dos padres Michel Kayyal e Meaher Mahfouz sequestrados em fevereiro de 2013.

Devem ser lembradas também as 13 freiras sírias que foram sequestradas em março de 2014 e mais tarde libertadas. A mesma sorte teve o padre Jacques Mourad, sequestrado duas vezes e depois libertado. Finalmente, deve ser lembrado o bárbaro assassinato do jesuíta holandês padre Frans van der Lugt, em abril de 2014 na cidade de Homs, bem como o do padre François Mourad, monge eremita, que foi morto no mosteiro de Santo Antônio, em Ghassanieh.

Na lista dos religiosos mortos devem ser acrescentados os nomes de várias pessoas de fé muçulmana. Entre os mais conhecidos está Mohammad Said Ramada al-Bouti, um proeminente estudioso sunita e um dos signatários em 2006, juntamente com 38 outros muçulmanos, da carta aberta ao Papa Bento XVI em que se oferecia disponibilidade para o diálogo e aprofundamento sobre temas como fé e razão.

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