Chile. O Papa receberá em Santa Marta um grupo de padres, também vítimas dos abusos de Karadima

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23 Mai 2018

O Papa Francisco receberá na residência Santa Marta um segundo grupo de vítimas de Fernando Karadima e seus seguidores da Paróquia de El Bosque, conforme anunciou na noite desta terça-feira a Santa Sé em um comunicado.

A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 22-05-2018. A tradução é de André Langer.

Na nota, diz-se que se trata de cinco sacerdotes que sofreram abusos de poder, de consciência e sexuais. Junto com eles estarão também dois sacerdotes que ajudaram as vítimas em sua batalha jurídica e espiritual e dois leigos envolvidos nesse sofrimento.

Com este novo encontro, o Papa Francisco “quer mostrar sua proximidade com os sacerdotes vítimas de abusos, acompanhá-los em seu sofrimento e ouvir sua valiosa opinião para melhorar as atuais medidas preventivas e combater os abusos na Igreja”, indica o comunicado, que assinala que as sessões ocorrerão de 1 a 3 de junho.

“A grande maioria dessas pessoas compareceu às reuniões que aconteceram no Chile durante a missão especial do arcebispo Charles Scicluna e de Mons. Jordi Bertomeu, que ocorreu em fevereiro”, continua a nota, que acrescenta que, com estes encontros, o Papa quis acompanhar “as vítimas do sistema abusivo instaurado há várias décadas na mencionada paróquia”.

“Esses padres e leigos representam todas as vítimas dos abusos do clero no Chile. Entretanto, não está descartada a possibilidade de haver outras iniciativas similares no futuro”, termina dizendo a nota do Vaticano.

Por outro lado, o cardeal Ricardo Ezzati pediu desculpas aos católicos chilenos pelos casos de abusos sexuais que assolam a Igreja do país austral e afirmou que “a este bispo dói imensamente a dor de seus irmãos, especialmente a dor daqueles que se sentem e sofreram graves violações de seus direitos”. Um pedido de perdão que não caiu bem à vítima do padre pedófilo Fernando Karadima, José Andrés Murillo, que reprovou o cardeal por seu perdão “a esmo e sem fatos concretos”.

“Dói-me ver os filhos desta Igreja, da qual o Senhor me fez pai e pastor, sofrer”, disse o arcebispo de Santiago, em uma homilia que marcou o encerramento do X Sínodo da Igreja da capital chilena.

O salesiano – um dos bispos mais indicados pelas vítimas nos casos de acobertamentos, negligências e destruição de provas denunciados na semana passada pelo próprio Papa Francisco – reconheceu que lhe dói “sem dúvida alguma” a “falta de credibilidade daqueles que da mentira fazem verdades”, mas que lhe dói “mais ainda a incredulidade dos irmãos e filhos na fé”. “Dói-me que a mentira tenha sido posta, me dói que uma doença tão grave (os abusos sexuais) como aquela que denunciamos em várias ocasiões não tenha tido o remédio necessário”, prosseguiu o cardeal.

“Quero acolher e acolho, e aqui o digo com o coração aberto, a crítica, a indignação e a raiva que alguns expressaram”, continuou Ezzati, “e a raiva de tantas outras pessoas que veem nos pastores, no bispo, o bode expiatório de toda a nossa fragilidade e fraqueza”. O cardeal também pediu aos fiéis “o carinho que filhos são chamados a expressar ao pai. E diria que mais que carinho peço-lhes amor, esse amor que é sobrenatural, esse amor que é como o de Cristo, que ama além dos méritos que possamos ter”.

Vale ressaltar que uma campanha de coleta de assinaturas pela internet busca promover um projeto de lei para revogar a lei que outorgou ao cardeal a nacionalidade chilena por graça especial, uma cruzada à qual aderiu nesta segunda-feira um grupo de deputados da Frente Ampla.

Ezzati prejudica a Igreja chilena e atenta contra a saudável convivência republicana. Já antes apareceu vinculado a um lobista para impedir a nomeação de Felipe Berríos como capelão de La Moneda, depois insultando pessoas trans e agora ignorando os encobrimentos que o próprio Papa Francisco pede para reconhecer”, disse o parlamentar Renato Garín, do partido Revolução Democrática. Acrescentou que “Ezzati é um símbolo da Igreja elitista que o cardeal Bergoglio está combatendo em todo o mundo”.

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