Cuidem-se dos sacerdotes e congregações sem sabor!, adverte o Papa Francisco

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23 Janeiro 2017

“Cuidado com uma Igreja que perde o sabor! Cuidado com um sacerdote, um consagrado ou com uma congregação que perde o sabor! Cuidado com o sal que perde o sabor!”, advertiu o Papa Francisco durante a missa pelos 800 anos da Ordem dos Pregadores (dominicanos) porque “se o sal perde o seu sabor, não serve para nada”.

A reportagem é de Michel Pérez Pichel, publicada por ACI Prensa, 21-01-2017. A tradução é de André Langer.

O Santo Padre fez esta advertência na homilia da missa que celebrou na Basílica de São João de Latrão, catedral de Roma, por ocasião do encerramento do Jubileu dos Dominicanos pelos 800 anos da confirmação da Ordem dos Pregadores, fundada por São Domingos de Gusmão, pelo Papa Honório III.

Em sua homilia, o Santo Padre advertiu contra o “carnaval” da curiosidade mundana. O Pontífice recordou como “Paulo adverte Timóteo que deverá anunciar o Evangelho em meio a um contexto em que as pessoas buscavam sempre novos ‘mestres’, ‘fábulas’, doutrinas diversas, ideologias”. Esse, explicou, “é o ‘carnaval’ da curiosidade mundana, da sedução”.

“A Palavra de Deus nos apresenta hoje dois cenários humanos opostos – destacou Francisco: por um lado, o ‘carnaval’ da curiosidade mundana, por outro, a glorificação do Pai mediante as boas obras. E a nossa vida move-se sempre entre estes dois cenários”. O Papa explicou que “também São Domingos, com seus primeiros irmãos, há 800 anos, tinha que se mover entre estes dois cenários”.

“É interessante ver como já nessa época, há dois milênios, os apóstolos do Evangelho se defrontavam com este cenário, que em nossos dias desenvolveu-se muito e globalizou-se por causa da sedução do relativismo subjetivista”.

“A tendência à busca de novidades, própria do ser humano, encontra o ambiente perfeito na sociedade do aparecer, no consumo, na qual muitas vezes se reciclam coisas velhas, mas o importante é fazê-las aparecer como novas, atraentes, cativantes. Também a verdade é manipulada. Nós nos movemos na chamada ‘sociedade líquida’, sem pontos fixos, desequilibrada, sem referências sólidas e estáveis, na cultura do efêmero, do usa e joga fora”, indicou.

“Diante deste ‘carnaval’ mundano destaca-se o cenário oposto, que encontramos nas palavras de Jesus que acabamos de ouvir: ‘Glorifiquem a Pai que está nos céus’. E como acontece essa passagem da superficialidade pseudo-festiva à glorificação? Ocorre graças às boas obras daqueles que, tornando-se discípulos de Jesus, tornaram-se ‘sal’ e ‘luz’. ‘Assim deve brilhar diante dos olhos dos homens’, disse Jesus, ‘a luz que há em vocês, a fim de que eles vejam suas boas obras e glorifiquem o Pai que está no Céu’”.

“Em meio ao ‘carnaval’ de ontem e de hoje, esta é a resposta de Jesus e da Igreja, este é o apoio sólido em meio ao ambiente ‘líquido’: as boas obras que podemos realizar graças a Cristo e ao seu Santo Espírito, e que fazem nascer no coração a ação de graças a Deus Pai, o louvor. E a pergunta: por quê? Por que aquela pessoa se comporta dessa maneira? A inquietude do mundo diante do testemunho do Evangelho”.

“Para que este ‘terremoto’ aconteça necessita-se que o sal não perca o sabor e a luz não se esconda. Jesus diz muito claramente: se o sal perde o seu sabor, não serve para nada”.

“Hoje damos glória ao Pai pela obra que São Domingos, cheio da luz e sal de Cristo, realizou há oitocentos atrás. Uma obra a serviço do Evangelho, pregado com a palavra e com a vida; uma obra que, com a graça do Espírito Santo, fez com que muitos homens e mulheres fossem ajudados a não se perderem no meio do ‘carnaval’ da curiosidade mundana”.

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