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12 Julho 2021

 

Eliane Brum

 

 

Cesar Benjamin

A área da Praça Seca é uma das mais conflagradas do Rio de Janeiro, sujeita a uma interminável disputa entre o tráfico e a milícia, esta apoiada abertamente pela PM. Nenhuma facção abre mão da presença ali, que é um importante ponto de entrada nas inúmeras trilhas por onde trafegam homens, armas e drogas por dentro da grande floresta urbana que corta a cidade.

SME tem oito a dez escolas ali, incluindo creches. Fui muito lá. Sentia-me na obrigação de compartilhar os riscos com os profissionais lotados ali. Mais de uma vez, subi as ladeiras a pé, em direção às escolas, sob tiroteio.

Fizemos todo tipo de ajustes para diminuir a exposição de crianças, professores e funcionários. Isso incluiu fechar unidades que estavam nas linhas de tiro – com as paredes já todas perfuradas – e remanejar turmas.

Conversei bastante com pais de alunos. A população local prefere o tráfico, que toca seu negócio nos pontos de venda, sem molestar diretamente as pessoas. A milícia cobra taxas e aluguéis extorsivos de moradores e comerciantes, conforme uma tabela que ela mesma estipula e reajusta, e detém o monopólio da oferta de bens e serviços essenciais, cujos preços determina.

Todas as sextas-feiras, seus integrantes percorrem as áreas que controlam, fazendo as cobranças. São lacônicos: “Nós não ameaça, nós faz” – era a frase-padrão. Curta, mas suficiente para disseminar medo e obediência.

Eu nunca imaginei que veria quase a mesma frase numa entrevista de um oficial-general das Forças Armadas brasileiras, o comandante da Aeronáutica, ao responder sobre a possibilidade de um golpe: “Homens armados não fazem ameaça.”

A diferença para os milicianos da Praça Seca é que o brigadeiro conjuga os verbos, nada mais.

* * *

Entre os absurdos do serviço público estão os chamados “encargos”, verba que pode ser alocada livremente pelo secretário de cada pasta para remunerar pessoal. Na SME, eles ultrapassam R$ 300 mil por mês. Servem para que os secretários aumentem o próprio salário – pois eles podem designar encargos para si mesmos – e pratiquem cooptação de gente em larga escala.

Logo descobri que eu não podia eliminar os encargos nem usar esses recursos para outros fins. Estabeleci, então, regras impessoais. E fixei meu próprio salário em R$ 16 mil, o suficiente para manter o padrão de vida da minha família. No setor privado, eu ganhava R$ 21 mil.

Abri mão de R$ 5 mil mensais porque considerava que trabalhar com educação pública era um privilégio, uma missão pelo Brasil. Nunca divulguei isso.

Faço-o agora porque os militares resolveram voltar a nos dar lições de patriotismo. Mas os 6 mil deles que estão ocupando cargos civis no governo Bolsonaro exigiram duplicação de vencimentos, somando soldos e salários. Com isso, muitos passaram a furar o teto constitucional, o que é claramente abusivo e possivelmente ilegal.

Patriotas ma non troppo. Enfiem no rabo as suas lições.

 

Domingos Roberto Todero

DATAFOLHA CPI DA COVID CONGRESSO NACIONAL - Datafolha: Pela primeira vez, maioria no país defende impeachment de Bolsonaro

Pesquisa mostra que 54% dos brasileiros querem abertura de processo pela Câmara, ante 42% que rejeitam ação

Igor Gielow - SÃO PAULO

Pela primeira vez desde que o Instituto Datafolha começou a questionar os brasileiros sobre o tema, em abril de 2020, a maioria dos entrevistados se diz a favor da abertura de processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

São 54% a favor da ação pela Câmara dos Deputados, ante 42% que se mostram contrários à iniciativa. Foram ouvidos de forma presencial 2.074 maiores de 16 anos, em todo o país, nos dias 7 e 8 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Na rodada anterior, realizada em 11 e 12 de maio, os pró-impedimento haviam ultrapassado numericamente os contrários à ideia, mas ainda havia um empate técnico em 49% a 46%. Agora, a diferença aumenta.

É um processo recente, que reflete o adensamento da crise política combinada à tragédia sanitária da pandemia da Covid-19, que ceifou mais de 500 mil vidas. O papel do governo federal no desastre está sendo esmiuçado pela Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado.

Há um rosário de más notícias para o Planalto entre a pesquisa de maio e a atual.

Foram descobertas suspeitas de negociações obscuras de vacinas inexistentes, com denúncia de cobrança de propina como revelou a Folha, e o Bolsonaro virou alvo de inquérito por supostamente ter prevaricado ao citar seu líder na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como o líder das irregularidades em questão.

Enquanto isso, houve um superpedido de impeachment no Congresso, jogado para a gaveta pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prócer do centrão aliado de Bolsonaro e a pessoa a quem cabe encaminhar ou não o processo. E protestos de rua, ainda mais circunscritos à esquerda, ganharam corpo em três ocasiões.

O superpedido reuniu argumentações de mais de 120 proposições semelhantes anteriores, que estão sem análise desde o tempo em que Rodrigo Maia (DEM-RJ) presidia a Câmara.

Em entrevista à CNN Brasil neste sábado (10), Lira voltou a indicar que não pretende, por ora, dar sequência a algum dos mais de 100 pedidos de impeachment de Bolsonaro. E aproveitou para defender a discussão do semipresidencialismo, para valer a partir de 2026.

"Não é o presidente da Câmara que faz o impeachment, é o impeachment que faz o presidente da Câmara. Precisa de muitas características, critérios, consequências juntas que possam unir para chegar nessa situação."

"O Brasil não deve se acostumar o tempo todo em estar instabilizado eleição após eleição, todos os presidentes que passaram e foram eleitos desde a redemocratização tiveram pedidos impeachment, votados, uns aprovados, outros rejeitados", afirmou.

Até a pesquisa de 15 e 16 de março, a oposição ao impeachment, ou quase um empate técnico, dominava. Agora, a curva registrada em maio seguiu novo rumo.

O impedimento do presidente é alvo de discussões. Líderes centristas como Gilberto Kassab (PSD) e Michel Temer (MDB), bússolas do ânimo político majoritário, disseram recentemente à Folha que pode haver inevitabilidade se houver povo na rua, pressionando o Congresso.

Ao mesmo tempo, há temor de tumultos, pela disposição beligerante de Bolsonaro e seus partidários. Neste caso, a sangria de popularidade atestada pelo próprio Datafolha seria uma ideia menos traumática, o que agrada ao atual líder nas pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Defendem mais o impeachment mulheres (59%), jovens (61%), mais pobres (60%, no grupo mais volumoso da estratificação econômica da pesquisa, 57% da amostra) e moradores do Nordeste (64%). Esses dados seguem a linha das outras abordagens feitas pelo Datafolha sobre Bolsonaro.

Valores ainda mais altos de aprovação ao processo são encontrados entre os que se declaram pretos (65%) e homossexuais ou bissexuais (77%).

Já o apoio ao presidente se mostra maior entre mais velhos (49% de rejeição a processo), entre os evangélicos (56%), quem ganha de 5 a 10 salários mínimos (62%), mais ricos (59%) e os empresários (68%, mas um grupo com apenas 2% da amostra).

Regionalmente, a história de outros ângulos da pesquisa se repete. Bolsonaro vê a rejeição ao impedimento ganhar por 52% a 46% no Norte/Centro-Oeste e registra um empate no Sul, com 49% para cada lado —as duas áreas são as mais bolsonaristas do país.

A situação do mandatário é desconfortável, mas a história traz exemplos díspares.

Os dois presidentes que sofreram impeachment desde a redemocratização de 1985 tinham patamares mais altos de aprovação ao processo.

Fernando Collor (então no PRN) viu 75% da população pedir sua cabeça às vésperas da abertura dos procedimentos na Câmara, em setembro de 1992 —ele viria a renunciar após ser afastado para julgamento.

Dilma Rousseff (PT) teve de 63% a 68% de apoio a seu impeachment em três aferições feitas pelo Datafolha. Ela acabou afastada em 2016, dando lugar ao vice, Michel Temer (MDB).

Abatido por crise política, o emedebista viu o pedido por seu impedimento ser feito por 81% dos entrevistados em junho de 2017. Mas sua força congressual e ausência de movimento forte nas ruas, como ele mesmo disse, garantiram sua sobrevivência no cargo.

O caminho do impeachement

O presidente da Câmara dos Deputados é o responsável por analisar pedidos de impeachment do presidente da República e encaminhá-los

O atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é aliado de Jair Bolsonaro. Ele pode decidir sozinho o destino dos pedidos e não tem prazo para fazê-lo

Nos casos encaminhados, o mérito da denúncia deve ser analisado por uma comissão especial e depois pelo plenário da Câmara. São necessários os votos de pelo menos 342 dos 513 deputados para autorizar o Senado a abrir o processo

Iniciado o processo pelo Senado, o presidente é afastado do cargo até a conclusão do julgamento e é substituído pelo vice. Se for condenado por pelo menos 54 dos 81 senadores, perde o mandato
Os sete presidentes eleitos após a redemocratização do país foram alvo de pedidos de impeachment. Dois foram processados e afastados: Fernando Collor (1992), que renunciou antes da decisão final do Senado, e Dilma Rousseff (2016)

 

Idelber Avelar

“Pela primeira vez desde que o Instituto Datafolha começou a questionar os brasileiros sobre o tema, em abril de 2020, a maioria dos entrevistados se diz a favor da abertura de processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

São 54% a favor da ação pela Câmara dos Deputados, ante 42% que se mostram contrários à iniciativa. Foram ouvidos de forma presencial 2.074 maiores de 16 anos, em todo o país, nos dias 7 e 8 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Na rodada anterior, realizada em 11 e 12 de maio, os pró-impedimento haviam ultrapassado numericamente os contrários à ideia, mas ainda havia um empate técnico em 49% a 46%. Agora, a diferença aumenta.”

 

Idelber Avelar

Jair, o pé-frio: trouxe um torneio que ninguém queria, espalhou vírus no país, fracassou no Ibope, perdeu dinheiro e ainda tirou a Argentina de 28 anos na fila, com maracanaço e tudo.

 

Verissimo Junior

Via Cesar Benjamin

Está lançado o Movimento Quartel Sem Partido!

 

 

José Luis Fevereiro

Eliane Cantanhede defende Lula vice de alguém em nome da unidade nacional contra Bolsonaro. Achei boa ideia. Boulos com Lula de vice em nome da unidade nacional.

 

Paulo Bittencourt

 

 

Toninho Ribeiro

 

 

Fernando Altemeyer Junior

 

12 de julho de 1959. Ordenação presbiteral de dom Dom Angélico Sândalo Bernardino. Jubileu de alecrim. Perfume, saúde e ampla visão. Nosso irmão, amigo e profeta. Vida longa. Deus é Amor. Foi ordenado padre católico em Ribeirão Preto pelo bispo dom Luis do Amaral Mousinho † (falecido em 24 Abril 1962). Foi bispo auxiliar do cardeal Arns e depois bispo de Blumenau, SC até o emeritato. Segue pelejando. Mora no Jardim Primavera, na Região Brasilândia.

 

Cesar Benjamin

Eu não sei o que foi pior ontem, se a atuação da seleção brasileira ou se o choro fingido do Neymar no final.

Nada nesse cara é autêntico.

 

Moisés Mendes

O sujeito nos tomou a bandeira, nos fez pegar nojo da camiseta da Seleção, profanou a imagem que temos de uma moto e agora revela que um dos sintomas dos seus faniquitos é o soluço.

O soluço da memória da nossa infância e da infância dos filhos e dos netos agora é coisa de fascista acuado.

 

Moisés Mendes

Ela foi presa e algemada para que, segundo o governador e homem da terceira via da direita, não representasse uma ameaça à ordem e à segurança.

O sujeito já carrega uma tatuagem de bolsonarista arrependido na testa. Agora tem mais a marca dessa prisão arbitrária, que ele defendeu publicamente para não ficar mal com a turma da extrema direita.

Ninguém esquecerá o dia em que a gaúcha Betina de Jesus foi presa e algemada por bater panela e representar uma ameaça aos motoqueiros de Bolsonaro.

 

 

Mozart Garcia

 

 

Paulo Sérgio Bezerra

Via Fernando Altemeyer Júnior

Compaixão e carinho. Eis nosso Francisco.

 

 

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