27 Abril 2020
Cesar Benjamin
Parece claro que a família Bolsonaro funcionou, durante muitos anos, como uma espécie de holding de atividades criminosas.
As mordomias parlamentares e os salários dos 102 parentes empregados em funções públicas, que não trabalhavam, eram uma fonte gratuita de financiamento de investimentos diversificados, que incluíam o chamado Escritório do Crime, chefiado pelo finado capitão Adriano, e a construção de prédios nas áreas sob controle de milícias.
Agora, a holding passou a controlar diretamente a direção do Ministério da Justiça e da Polícia Federal.
Não estamos longe de ter um Estado a serviço do submundo do crime.
Gustavo Gindre
Pandemia do coronavirus?
Novo ministro da justiça?
Negociação com o Centrão?
Conflito entre Rogério Marinho e Paulo Guedes sobre a política econômica?
Nada disso! Bolsonaro passou a tarde de hoje reunido com Frederick Wassef, advogado de seu filho Flávio nos inquéritos relacionados ao Queiroz e à milícia.
No meio desse caos, a única preocupação do Jair é evitar que ele e seus filhos vejam o sol nascer quadrado.
Cesar Benjamin
Vejo que Jair Bolsonaro nomeou para dirigir a Polícia Federal um homem de confiança de seus filhos.
É a primeira vez que pessoas indiciadas em inquéritos, sob investigação da PF, nomeiam, elas mesmas, o diretor da própria PF.
República de bananas.
Tudo sob os aplausos dos oficiais-generais, vários deles da ativa, que integram o governo.
Eu sempre tive uma posição moderada e respeitosa em relação às Forças Armadas, que são uma instituição nacional permanente.
Hoje, sinto vergonha delas. Cada vez mais politizadas, tornaram-se cúmplices da destruição nacional em troca de favores corporativos.
Nessa toada, vão acabar batendo continência para as milícias.
Gustavo Gindre
Eu fico pensando o Paulo Guedes chegando na sua sala, tirando as meias (sapato ele já não tava usando mesmo) e ligando para o Guilherme Benchimol.
- Bicho, isso aqui é um circo. O Jair é um imbecil total. Os milicos fazem aquela cara de sérios, mas são umas antas, todos com medo de perder a bocada. Ninguém entende porra nenhuma de nada. Vai demorar muito mais tempo que eu pensei pra gente conseguir acabar com todos os direitos trabalhistas e vender o que for possível. Enquanto isso, tenho que aturar esse cara falando merda o tempo todo. Haja paciência.
- Pô, Paulo. Imagino que deve ser um sofrimento, mas pensa em quanto a gente vai ganhar com isso. Fecha os olhos, respira fundo e aguenta pelo menos até a Eletrobrás e a quebra da estabilidade. Depois você manda ele se fuder.
- Aí, aí... Tá bom, vou tentar. Agora deixa eu ir pra casa. E se cuida que o coronavírus não é brincadeira.
Faustino Teixeira
Lembro-me dos meus cursos de antropologia da religião na PUC-RJ e depois aqui na UFJF, para o Serviço Social, de um dado que nunca me saiu da memória. O dado sublinhado por Malinowski de que a morte só vem reconhecida como morte para muitos povos tradicionais quando se dá o ritual.
Os antropólogos se debruçam sobre esse fenômeno tão complexo que são os rituais, onde o "conteúdo emotivo é menos visível", mas que são essenciais. Os rituais de passagem, no caso dos enterros, são muito importantes para todos. Ter a oportunidade de ritualizar a cerimônia de Adeus.
Isto estamos sendo impedidos de fazer nestes tempos sombrios do coronavírus. A morte vai perdendo sua dignidade maior, e as pessoas vão se acostumando a lidar com a "indesejada das gentes" de um jeito estranho, impeditivo.l
O luto é muito essencial no equilíbrio da comunidade, da família, dos mais próximos. É um elo essencial de reciprocidade. Estarmos impedidos de celebrar a passagem e trabalhar amadurecidamente o luto trará consequências, não tenho dúvida.
Faustino Teixeira
"Sempre que vejo a imagem daquele homem vestido de branco cuja voz recorda misericórdia e bondade, fico emocionado. Ele é uma ponte do divino ao humano. Deus nos deu uma pessoa única para indicar caminhos.
Desde seus primeiros passos no Vaticano, ele dá o testemunho vivo de responsabilidade e compaixão.
Deus o proteja para bem do gênero humano.
A Igreja age agora como mãe e mestra, cura almas e corpos. Nela, agora, poucos pastores agem contra o rebanho, ao contrário de tantas confissões religiosas nas quais os que deveriam ser guardiões se evidenciam como lobos vorazes. Quantas mortes foram causadas em cerimônias que se afirmavam religiosas!"
Roberto Romano
(em email enviado e comentando a sua entrevista publicada hoje, no IHU:)
“Um jornalista me pedia "por favor, não comece a resposta pela Grécia antiga". Pode parecer estranho, mas creio que 90% de nossos problemas e soluções encontram-se em Platão, Aristóteles, Tucídides (Maquiavel e Hobbes não me deixam mentir...)”.
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Breves do Facebook - Instituto Humanitas Unisinos - IHU