Dois momentos de unidade na construção de uma futura frente popular, nacional e democrática

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27 Março 2019

A lamentável divisão das forças progressistas nas últimas eleições propiciou a vitória da extrema direita. Mas eis que, logo, o novo governo Bolsonaro se esvai sem rumo, podendo cair quando menos se espera. Nesse caso, teríamos o general Mourão instalado no poder, com apoio militar, da parte da mídia e de setores empresariais. Na hipótese deste também não resistir, subiria então Rodrigo Maia que, enfrentando um governo fraco, vem sinuosamente se preparando para isso. Decorridos menos de dois anos, Maia deveria chamar a uma eleição direta para presidente. Nesse prazo exíguo, uma frente ampla almejada talvez não tenha tido tempo de coagular. Mas, às vezes, as urgências atropelam os prazos e os partidos que agora se mobilizam diante do projeto da Previdência, poderiam ser empurrados a preparar uma alternativa, desde que superadas desconfianças mútuas. Nesse caso, seriam obrigados a elaborar, às presas, um programa de governo para a transição e a saída de uma política neoliberal entreguista que deixará fortes sequelas. Esse seria um possível, nada fácil e inesperado desafio pela frente.

O comentário é de Luiz Alberto Gomez de Souza, sociólogo.

Vão abaixo, nestes dias, sinais concretos de unidade que poderiam, quem sabe, ajudar a construir uma aliança no futuro, em prazos ainda indeterminados.

A) Documento comum de dirigentes do PT, PSOL, PC do B, PSB.

Brasília, 26 de março de 2019

Reunidos nesta manhã em Brasília, realizamos um debate sobre o atual momento nacional, especialmente considerando o rápido e profundo desgaste do Governo Bolsonaro. Destacamos alguns pontos para reflexão de toda a sociedade:

1. Estamos atentos e mobilizados para evitar agudos retrocessos sociais, trazidos por esse projeto de Reforma da Previdência, centrado no regime de capitalização e no corte de direitos dos mais pobres.

2. Do mesmo modo, convidamos para a defesa da soberania nacional. Consideramos que por trás do suposto discurso patriótico do atual governo há, na prática, atitudes marcadamente antinacionais, como vimos na recente visita presidencial aos Estados Unidos.

3. Em face da absurda decisão do Governo Bolsonaro de "comemorar" o Golpe Militar de 1964, no próximo dia 31 de março, manifestamos nossa solidariedade aos torturados e às famílias dos desaparecidos. Sublinhamos a centralidade da questão democrática, que se manifesta na defesa do Estado de Direito, das garantias fundamentais e no repúdio a atos de violência contra populações pobres e exploradas, a exemplo das periferias, dos negros e dos índios. Não aceitamos a criminalização dos movimentos sociais, uma vez que eles são essenciais para uma vivência autenticamente democrática.

Nesse contexto, é urgente assegurar ao ex-presidente Lula seus direitos previstos em lei e tratamento isonômico, não se justificando a manutenção de sua prisão sem condenação transitada em julgado.

Por fim, essa reunião expressa o desejo de ampla unidade do campo democrático para resistir aos retrocessos e oferecer propostas progressistas para o Brasil.

Fernando Haddad
Ex-candidato a presidente da República (PT)

Guilherme Boulos
Ex-candidato a presidente da República (PSOL)

Flávio Dino
Governador do Maranhão (PC do B)

Sonia Guajajajra
Ex-candidata a vice-presidente da República (PSOL)

Ricardo Coutinho
Ex-governador da Paraíba (PSB)

B) Frente comum diante da reforma da previdência

Os partidos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro se reuniram nesta terça-feira, 26, e divulgaram posicionamento conjunto sobre a proposta de Reforma da Previdência de Bolsonaro, a PEC 06/2019. Os partidos que assinam o documento são PT, PDT, PCdoB, PSB, PSOL e Rede; na nota, os partidos de Oposição garantem que caminharão unidos contra a reforma. "Pela unidade na luta pela rejeição da PEC nº 6/2019, desde o primeiro estágio de sua tramitação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania", afirmam.

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