Como vivem os imigrantes venezuelanos em Manaus

Mais Lidos

  • “Os israelenses nunca terão verdadeira segurança, enquanto os palestinos não a tiverem”. Entrevista com Antony Loewenstein

    LER MAIS
  • Golpe de 1964 completa 60 anos insepulto. Entrevista com Dênis de Moraes

    LER MAIS
  • “Guerra nuclear preventiva” é a doutrina oficial dos Estados Unidos: uma visão histórica de seu belicismo. Artigo de Michel Chossudovsky

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

08 Novembro 2018

Vindos da Venezuela para Boa Vista (RR), há um ano e oito meses, um grupo de venezuelanos que faz parte do projeto de interiorização do Governo Federal, encontra-se instalado no abrigo Residencial São José, no bairro Alfredo Nascimento, periferia de Manaus, onde a nossa equipe de multiplicadores do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social pode visita-los e sentir a sua realidade.

A reportagem é de Michelly Nazaré Sousa e Lidiane Cristo

De acordo com todo o processo do projeto de interiorização do Governo Federal, a Prefeitura de Manaus se disponibilizou a arcar com toda essa assistência, doando semanalmente um rancho básico e mensalmente o valor de seiscentos reais como fundo de emergência, recebido em um cartão de débito onde o cacique responsável por cada bloco divide de acordo com as necessidades das famílias de cada “apartamento”.

O Residencial é dividido em quatro blocos, dos quais três são de famílias indígenas da etnia Warao e um de famílias urbanas. Os três blocos estão divididos em quinze “apartamentos”, convivendo cerca de cinco a nove pessoas em um espaço com um quarto, uma sala e um banheiro, a cozinha é comunitária. Cada família faz seu próprio alimento. Há ali cerca de cem pessoas por bloco. A cozinha comunitária, foi estruturada pela prefeitura de Manaus, o gás de cozinha é dividido e cada família contribui com sete reais para a aquisição do gás.

De acordo com o cacique Abel, de 33 anos, sua comunidade foi dividida e enviada para vários estados da federação. Os mais próximos estão no Pará e ele acredita que vivam as mesmas dificuldades físicas, biológicas, financeiras, e sobretudo as dificuldades culturais e linguísticas. Ainda que muitos falem até três idiomas: warao, espanhol e agora português, a compreensão entre nações ainda se apresenta como uma grande barreira cultural. Abel relata ainda que as mulheres são obrigadas a pedir dinheiro nas ruas de Manaus por causa das dificuldades financeiras. As crianças sofre com doenças, como alergias, devido ao calor, dificuldades de adaptação a alimentação, problemas intestinais, entre outros.

Para a jovem venezuelana Yiset, de 32 anos, há dificuldade para arranjar emprego por causa da língua e outros obstáculos. Apesar disso, não pretende voltar para a sua terra natal: “Manaus é quente, mas acolhedora”, e acrescenta que, os brasileiros são receptivos e ajudam sempre a todos. Ela compreende que a cidade também tem seus problemas políticos, educacionais, sociais e econômicos e teme que a ajuda que recebem não dure muito tempo.

Entretanto, apesar das dificuldades que passam o povo venezuelano, tentam manter sua cultura e crenças, trabalhando seus artesanatos e comidas típicas contando com o apoio da área missionária da igreja Católica, realizando exposições de seus artesanatos e festas culturais para manter e distribuir a alegria de um povo que apesar do sofrimento pelo qual está passando, continua aguerrido e com esperança no futuro.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Como vivem os imigrantes venezuelanos em Manaus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU