Austrália. Arcebispo de Adelaide se afasta, mas não renuncia, após ser condenado por acobertamento de casos de abusos sexuais

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24 Mai 2018

O arcebispo de Adelaide, Philip Wilson, anunciou que se afasta temporariamente do cargo, um dia depois de um tribunal australiano considerá-lo culpado de acobertar um padre pedófilo há mais de quarenta anos.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 23-05-2018. A tradução é de André Langer.

“Se a qualquer momento parecer necessário ou apropriado tomar outras medidas formais, incluindo a renúncia da Arquidiocese, então eu farei isso”, disse Wilson em um comunicado.

O prelado indicou que sua decisão começará a valer a partir da próxima sexta-feira e que foi adotada após consulta à sua equipe jurídica.

Na véspera, o juiz Robert Stone, do tribunal de Newcastle, determinou que Wilson acobertou os abusos sexuais perpetrados pelo falecido padre James Fletcher na década de 1970 ao não levar as denúncias das vítimas à Polícia.

Wilson, de 67 anos, foi condenado a uma pena máxima de dois anos de prisão em um caso cuja sentença será anunciada no dia 19 de junho.

O arcebispo foi acusado depois de uma ampla investigação policial que revelou vários casos de acobertamento de antigos e atuais clérigos da diocese de Maitland-Newcastle, no Estado de Nova Gales do Sul, a cerca de 120 quilômetros ao norte de Sidney.

O caso contra Wilson concentrou-se no acobertamento dos abusos cometidos por Fletcher contra dois coroinhas quando o agora arcebispo era assistente do padre pederasta na paróquia de East Maitland.

Em 1976, ambas as vítimas relataram a Wilson os abusos sofridos por Fletcher, que foi condenado em dezembro de 2004 por nove acusações de pedofilia e morreu na prisão 13 meses depois.

Segundo o juiz, o arcebispo preferiu “proteger a Igreja e sua imagem” do que denunciar Flecther.

A defesa de Wilson, que está com um marca-passo e que foi diagnosticado recentemente com o Mal de Alzheimer, argumentou que o clérigo nunca deveria ter sido processado por acobertamento, porque naquela época as ofensas teriam sido consideradas como “atos indecentes” e não crimes.

Uma comissão que investigou a resposta institucional à pedofilia na Austrália descobriu que a Igreja Católica, com fortes raízes no país, recebeu denúncias de 4.500 pessoas por supostos abusos de cerca de 1.880 irmãos e padres entre 1980 e 2015.

Comunicado do presidente da Conferência Australiana de Bispos Católicos (ACBC), arcebispo Mark Coleridge

O arcebispo Philip Wilson decidiu hoje afastar-se do cargo de arcebispo de Adelaide, depois do veredito de ontem do tribunal de Nova Gales do Sul. Nós, seus irmãos bispos, acreditamos que esta decisão do arcebispo Wilson, embora difícil, foi apropriada.

Nossas orações estão com todos aqueles que sentiram o impacto deste longo processo legal, incluindo as vítimas que compartilharam suas histórias, assim como com a Arquidiocese de Adelaide e com o próprio arcebispo Wilson.

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