Schönborn: "Amoris laetitia está alinhada com o Catecismo de Wojtyla"

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13 Outubro 2017

Com a sua exortação apostólica sobre a família Amoris laetitia o "Papa Francisco está totalmente alinhado com o Catecismo". Isso foi afirmado pelo Cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena e uma figura-chave dos dois Sínodos sobre a Família (2014-2015), em um trecho de sua entrevista para a Kathpress, por ocasião do 25º aniversário da aprovação do Catecismo da Igreja Católica por João Paulo II (11 outubro de 1992), texto que contou com o cardeal no papel de "secretário de redação".

A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por Vatican Insider, 11-10-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

Schönborn, que o Papa repetidamente citou como referência teológica sobre Amoris laetitia e que nos últimos meses já se manifestou para comentar as dúvidas ("dubia", em latim), dirigidos por quatro cardeais à exortação apostólica do Papa sobre a família, responde a um questionamento sobre o fato de que os últimos 25 anos trouxeram desenvolvimentos, por exemplo, através dos dois sínodos sobre a família, da redescoberta do "Deus misericordioso" e, justamente, de Amoris laetitia.

"É interessante notar – explica Schönborn - que a terceira parte do Catecismo, que trata da moral, fornece exatamente os pressupostos que o Papa Francisco reafirma em Amoris laetitia: ele menciona várias vezes o Catecismo, a seção do Catecismo sobre a moral, onde ao lado da clara formulação das normas também se dirige um olhar à vida da pessoa, à natureza condicionada do comportamento humano, à liberdade da pessoa, à responsabilidade da pessoa, às condições de vida e à situação concreta em que acontece a ação moral da pessoa. Foi um grande passo, eu diria quase uma virada, o fato de que o Catecismo aqui tenha dedicado uma atenção mais forte ao sujeito que concretamente age, à pessoa em ação, e não apenas à objetividade das normas".

"Penso que o debate sobre Amoris laetitia seria bem mais pacífico se os críticos estudassem em profundidade a moral fundamental do Catecismo, que é totalmente orientada para Tomás de Aquino: isto quer dizer que cada ação moral acontece em uma história, na história de uma pessoa concreta, com as especificidades, as possibilidades, as premissas, as circunstâncias de vida, os limites e as possibilidades da própria liberdade. Olhar atentamente para ela e torná-la visível e perceptível como espaço vital concreto no qual se deve realizar o ideal concreto do matrimônio cristão: isto, penso eu, é a contribuição mais importante de Amoris laetitia, que é totalmente fundamentada sobre a primeira seção da terceira parte do Catecismo que trata das condições do agir humano. Eu recomendo fortemente - conclui o arcebispo de Viena - ler essa parte do Catecismo como introdução para a Amoris laetitia. Dessa forma entender-se-á imediatamente que o Papa Francisco está totalmente alinhado com o Catecismo".

Na entrevista para a Kathpress, Schönborn lamenta que no ambiente germânico persistam preconceitos em torno do Catecismo. É um texto, afirma, que "muitas vezes - graças a Deus não em todos os lugares - é olhado um pouco de cima para baixo. Com um pouco de ironia e com um antigo e repetido preconceito segundo o qual ele seria pré-conciliar. Mas a própria ideia do catecismo não é uma ideia pré-conciliar. Estamos no ano de Lutero. O grande sucesso de Lutero foi definitivamente o "Catecismo Menor" e também o "Catecismo Maior." A ideia genial de Lutero foi resumir a fé em breves declarações e então apresentá-la em um catecismo maior para aqueles que deviam transmitir a fé de uma maneira mais elaborada. Mas a razão pela qual no mundo alemão o catecismo não seja mais recebido, para mim pertence aos "Mysteria", os segredos que não posso explicar, mas que me entristecem".

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