Filme 'Central' tem acesso total à prisão e ao seu entorno

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30 Março 2017

Em 2008, uma CPI no Congresso definiu o Presídio Central de Porto Alegre como a pior penitenciária do Brasil.

O documentário "Central" mergulha nesse lugar infernal. O principal mérito do longa de Tatiana Sager e Renato Dornelles é o acesso total que a produção teve ao interior da penitenciária e às pessoas que orbitam no local: encarcerados e familiares, carcereiros, promotores e especialistas em segurança pública do RS.

O comentário é de Leonardo Cruz, publicado por Folha de S. Paulo, 30-03-2017.

O resultado é assustador para quem não conhece a realidade prisional do Brasil: o filme mostra como o Central funciona num regime de gestão "compartilhada".

Para atenuar a superlotação, celas ficam abertas e presos podem circulam nas galerias. Nos pavilhões, quem manda são as facções, com a anuência da Brigada Militar que administra o complexo.

"Estamos ratificando lideranças criminosas", diz a certa altura o major Dagoberto Albuquerque, e o doc expõe os efeitos dessa chancela ao crime. No Central, relatam os entrevistados, o tráfico de drogas e armas rola solto, as facções cobram mensalidades de seus membros, dependentes endividados são submetidos a overdoses forçadas e quem sai da linha é espancado.

Em seus momentos mais interessantes, o filme exibe imagens captadas pelos presos, num recurso usado em "O Prisioneiro da Grade de Ferro" (2003), de Paulo Sacramento, que amarrava autorretratos de detentos do Carandiru.

"Central" não chega a mostrar a produção de drogas vista em "Prisioneiro" nem tem a mesma força poética de algumas imagens daquele filme, mas leva à tela uma festa com cocaína na noite de Natal, um rap de mascarados para celebrar a ascensão de uma facção e as despensas dentro das galerias em que os presos estocam comida.

O filme aborda ainda a força dessas facções fora da cadeia, usando familiares e detentos em regime semiaberto em tráfico, roubos e prostituição. É um alerta para quem pensa que o problema dos presídios se encerra em si.

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