Incêndios criminosos devastam a Amazônia em 2016

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29 Novembro 2016

Vista aérea de área queimada em Nova Ubirata, região do meio norte de Mato Grosso, uma das cidades que mais desmatam

Relatório do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontou que a região Norte lidera o número de Estados que vêm tendo suas matas devastadas pelas queimadas. A maioria dos incêndios tem origem criminosa e não são ocasionados por quedas de raios já que estamos em período de estiagem.

A reportagem é de Aliny Gama, publicada por portal Uol, 25-11-2016.

Da lista dos dez Estados com maior número de queimadas durante o ano, cinco estão no Norte, dois no Nordeste, dois no Centro-Oeste e um no Sudeste.

1º Mato Grosso (28.420)

2º Pará (18.669)

3º Maranhão (17.016)

4º Tocantins (14.269)

5º Amazonas (11.364)

6º Rondônia (11.239)

7º Piauí (7.169)

8º Acre (6.942)

9º Mato Grosso do Sul (6.678)

10º Minas Gerais (6.515)

Os dados são do Programa de Queimadas, que monitora a ocorrência desses eventos por satélite.

Com isso, vemos que os Estados do Norte são maioria, além da fronteira agrícola ao redor da Amazônia, com Estados como o Mato Grosso, Maranhão e Piauí. No mês de outubro, o Estado do Maranhão lidera a lista com 5.351 focos de incêndio. Em seguida vem o Pará, o Mato Grosso, o Piauí e o Amazonas.

"Não existe combustão espontânea, e bitucas de cigarro raríssimas vezes iniciam o fogo. Da mesma forma, cacos de vidro de garrafas e fundo de latinhas de refrigerantes/cerveja não causam ignição de mato. Quem usa estes argumentos para justificar as ocorrências de queimadas/incêndios não sabe o que está dizendo, ou tem intenções escusas", coordenador do Programa Queimadas do Inpe, Alberto Setzer

O fogo é usado para desmatar e ou remover da vegetação natural do lugar para dar espaço para atividades agropecuárias. Além disso, o uso do fogo na vegetação de origem antrópica segue o padrão climático e ocorre principalmente entre nos períodos de estiagem.

Prejuízos

As queimadas causam prejuízos inestimáveis. Este ano, linhas de transmissão de energia elétrica localizadas nos municípios de Miracema do Tocantins e Colina do Tocantins, no Tocantins, foram atingidas por queimadas e o sistema de fornecimento elétrico foi interrompido em 12 Estados do Norte e do Nordeste – Amazonas, Amapá, Pará, Tocantins, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

No final do mês de outubro, Teresina e cidades da região metropolitana enfrentaram problemas causados por queimadas. O fogo descontrolado chegou a atingir casas na zona rural e ameaçou um condomínio de luxo localizado às margens da BR-343. Até a água de um lago e da piscina foram usadas para reforçar o combate ao fogo no mato para que não atingisse os imóveis.

Menos queimadas em setembro

Os meses de agosto, setembro e outubro costumam ser os mais críticos com ocorrência de queimas porque a incidência das queimadas está relacionada ao tempo de colheita de atividades agropecuárias, clima e tipo de vegetação nativas das regiões mais afetadas.

Entretanto, o pico de setembro neste ano foi inferior ao que se imaginava e abaixo da média histórica do mês – foram 44.060 focos contra a média de 55.378. O incomum para 2016 foi os primeiros meses: o Brasil bateu recordes históricos de queimadas em janeiro, fevereiro, março e abril – o máximo para estes meses havia ocorrido em 2003.

O mês de setembro é geralmente quando se registra o maior número de queimadas no país, mas neste setembro um canal de umidade se formou sobre o eixo sul do Pará, Tocantins, sul do Maranhão, sul do Piauí e Bahia que ocasionou um aumento de nebulosidade e chuvas. Com isso, favoreceu uma diminuição nas queimadas justamente no mês que costuma ser o mais problemático” Meteorologista do Inpe, Marcelo Romão.

O inverno rigoroso registrado este ano no Brasil, o fim do El Niño, com fortes frentes frias e temperaturas abaixo da média, são inibidores de queimadas.

O coordenador do Programa Queimadas do Inpe, Alberto Setzer, explica que as reduções observadas pelo instituto, apesar de estarem corretas, “podem omitir eventos relevantes com graves impactos materiais e na população, como foram os ocorridos neste ano no Piauí e Maranhão, no mês de outubro, e no Amazonas, no início do ano.”

“Existe legislação federal, estadual (e municipal em muitos casos) proibindo o uso do fogo na vegetação, exceto em casos autorizados – a grande minoria. Por outro lado, o Programa Queimadas do INPE fornece as ferramentas necessárias para que a legislação seja implementada, o que raramente ocorre”, diz Setzer, que salienta: “grande parte dessas queimas não é autorizada”.

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