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18 Setembro 2016

No dia em que a Igreja recorda São Belarmino, jesuíta e doutor da Igreja, o Santo Padre Francisco recebeu os participantes do encontro promovido pela Conferência Europeia de ex-Alunos dos Jesuítas.



A reportagem é publicada por Rádio Vaticano, 17-09-2016. A tradução é de André Langer.

Trata-se de homens e mulheres que se encontram em Roma de 14 a 18 de setembro para estudar as raízes da migração forçada, a crise e a integração dos refugiados e migrantes, e para considerar, por sua vez, a própria responsabilidade em relação a esse tema.

No discurso, o Pontífice discorreu sobre a atual crise migratória, com 65 milhões de pessoas que no mundo foram obrigadas a abandonar os próprios lugares de residência. Um número sem precedentes, assinalou o Papa, que ultrapassa toda imaginação.

“A maior crise humanitária depois da Segunda Guerra Mundial”. “São homens, mulheres e crianças que não são diferentes dos membros das nossas famílias e de nossos amigos. Cada um deles tem um nome, um rosto e uma história, assim como o inalienável direito de viver em paz e de aspirar a um futuro melhor para os próprios filhos”.

Ao recordar o Padre Pedro Arrupe, a quem a Confederação Europeia e a União Mundial de ex-Alunos e Alunas dos jesuítas estão dedicadas, e sua corajosa resposta à situação dos “boat people” sul vietnamitas, o Pontífice recordou os inumeráveis conflitos existentes no mundo hoje, como a “terrível guerra na Síria” e “as guerras civis no Sudão do Sul”, que são a razão pela qual o encontro que acontece em Roma é “para contemplar e agir” em relação à questão dos refugiados.

“Saibam também ser corajosos em responder às necessidades dos refugiados do tempo presente. Como alunos dos padres jesuítas, far-lhes-á bem, na hora de tratar dos problemas experimentados pelos refugiados, recordar suas raízes inacianas. Enquanto os seus países se esforçam para compreender as causas da imigração forçada e para servir os refugiados, é necessário que ofereçam ao Senhor ‘toda a sua liberdade, sua memória, sua inteligência e toda a sua vontade’”.

“Com sua ajuda – acrescentou o Papa –, a Igreja será capaz de responder mais plenamente à tragédia humana dos refugiados através de atos de misericórdia que promovam sua integração no contexto europeu e para além deste. Animo-os, portanto, a dar as boas-vindas aos refugiados em seus lares e comunidades, de modo que sua primeira experiência de Europa não seja aquela traumática de dormir no frio nas ruas, mas na de uma calorosa e humana acolhida. Recordem que a autêntica hospitalidade é um profundo valor evangélico, que alimenta o amor e é nossa maior segurança contra os vis atos de terrorismo”.

O Pontífice exortou-os, além disso, a “lançar mão das alegrias e êxitos das quais a educação jesuíta os proveu, no cuidado da educação dos refugiados no mundo”: “é um dado de fato preocupante – assinalou – que menos de 50% das crianças refugiadas têm acesso à escola primária. Infelizmente, esse número se reduz para 22% no que diz respeito aos adolescentes refugiados matriculados em escolas secundárias e para menos de 1% para aqueles que podem ter acesso ao ensino universitário”.

“Junto ao Serviço Jesuíta a Refugiados coloquem em movimento sua misericórdia e ajudem a transformar esta situação no campo educativo”, “lembrem-se de que o amor de Deus os acompanha neste trabalho – disse-lhes – e ajudem a transformar suas comunidades em lugares de boas-vindas, onde todos os filhos de Deus tenham a oportunidade não apenas de sobreviver, mas de crescer, florescer e dar frutos”.

“E enquanto perseveram neste trabalho constante para assegurar acolhida e instrução aos refugiados, pensem na Sagrada Família – Maria, José e o Menino Jesus –, em sua longa viagem ao Egito como refugiada, enquanto fugia da violência e encontrava refúgio entre os estrangeiros”. Recordem também as palavras de Jesus: ‘tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, fui estrangeiro e me acolhestes’ (Mt 25, 35). Levem estas palavras e ações com vocês hoje. Que possam servir de alento e consolação. Da minha parte – concluiu Francisco –, asseguro-lhes minha oração e peço-lhes, por favor, que não se esqueçam de rezar por mim”.

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