30 Julho 2021
No anúncio de rádio de uma conhecida rede de supermercados e hipermercados, uma senhora que faz o papel do cliente médio diz: "O que eu procuro é a qualidade ao menor preço". Definitivamente enganoso e nada educativo.
O comentário é de Tonio Dell'Olio, padre, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, publicado por Mosaico di Pace, 29-07-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eu apelaria para a Autoridade de Defesa da Concorrência e do Mercado porque aquele spot causa danos, até graves. O consumo inteligente (ou seja, justo) não busca os tomates sicilianos de excelente qualidade que custam menos, mas sim aqueles de excelente qualidade que custam o justo porque às trabalhadoras e aos trabalhadores (sejam italianos ou estrangeiros) são garantidos segurança e salário justo.
Aqueles produtos não devem custar pouco, mas devem custar justo. Ou seja, para evitar que, graças ao mais novo dispositivo de adubação química, os tomates cresçam mais rápido e garantam mais safras por ano. Em suma, consumidores maduros, inteligentes e atentos não se contentam em gastar pouco para se alimentar bem, mas garantem que todos possam comer e que ninguém e nada seja explorado. Isso é qualidade e conveniência. Pela humanidade.
Leia mais
- O triunfo dos supermercados no Brasil da fome
- Preço da comida: Brasil perdeu 30% de área de cultivo de alimentos para o agronegócio
- O preço dos alimentos bate recordes e aumenta a fome. Artigo de José Eustáquio Diniz Alves
- O aumento do preço dos alimentos no mundo e no Brasil. Artigo de José Eustáquio Diniz Alves
- ‘A gente está comendo pior’. Aumento dos preços de alimentos traz de volta o fantasma da fome
- A agricultura mundial na corda bamba dos fertilizantes químicos
- Alimentar o mundo com direitos humanos. Artigo de Carlo Petrini
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Qualidade e conveniência - Instituto Humanitas Unisinos - IHU