Greta Thunberg: “A crise de saúde e a crise ambiental estão conectadas”

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21 Abril 2021

 

Greta Thunberg ressaltou o estreito vínculo entre a ação diante da mudança climática e a “igualdade das vacinas” contra o coronavírus. “É urgente uma mudança de mentalidade”, advertiu a ativista sueca, durante um ato organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Existe o risco de se perder o impulso para a COP26, mas a segurança vem primeiro: temos que proteger os mais vulneráveis e romper a atual tendência de desigualdade nas vacinas”.

A reportagem é de Carlos Fresneda, publicada por El Mundo, 20-04-2021. A tradução é do Cepat.

“No futuro, enfrentaremos pandemias ainda mais frequentes e perigosas, se não passarmos à ação e não respondermos realmente como se estivéssemos diante de uma crise”, ressaltou Thunberg. “Estamos em meio a uma crise de saúde e uma crise ambiental. As duas coisas estão conectadas de muitas maneiras”.

“Não há vacina contra a mudança climática, mas temos solução em mãos”, advertiu, em seu momento, no mesmo evento, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “O coronavírus levou três milhões de vidas em um ano, mas devemos lembrar que a poluição causa sete milhões de mortes por ano, e que os níveis de poluição (e também as emissões de CO2) voltaram em dezembro aos níveis anteriores à pandemia”.

“Com a mudança climática está em jogo a nossa própria saúde”, concluiu por último María Neira, responsável pelo Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS. “Temos que parar de queimar combustíveis fósseis e usar o argumento da saúde para pressionar os políticos e reivindicar mais ações diante da COP26”.

Greta Thunberg advertiu que não participará da próxima cúpula sobre mudança climática, “caso não se rompa a tendência de desigualdade nas vacinas”, que pode impedir a presença de representantes de países menos favorecidos em Glasgow, no próximo mês de novembro.

Thunberg não se mostrou especialmente entusiasmada com a cúpula virtual do clima anunciada para o Dia da Terra, 22 de abril, organizada pelo presidente norte-americano Joe Biden: “Podemos continuar realizando cúpulas e mais cúpulas, ou promessas como a de emissões zero em 2050, mas sem agir com a urgência de uma crise”.

“A comunidade internacional precisa fazer muito mais na hora de enfrentar a tragédia da desigualdade nas vacinas”, alertou Thunberg, enfatizando sua nova causa. “Uma em cada quatro pessoas já recebeu a vacina em países com alto poder aquisitivo, em comparação com uma em cada 500 nos países mais desfavorecidos”.

“Temos as ferramentas necessárias à nossa disposição para corrigir o grande desequilíbrio que existe, hoje em dia, na luta contra a Covid-19”, ressaltou Thunberg, que fez um chamado aos governos e aos fabricantes para liberar as patentes e aumentar o ritmo de fornecimento de doses em todo o mundo.

“Como no caso da crise climática, devemos primeiro ajudar os mais vulneráveis”, acrescentou. “Não seria justo que os jovens fossem vacinados em nossos países, enquanto as pessoas mais vulneráveis permanecem sem se vacinar em muitos lugares do mundo (...). O nacionalismo das vacinas tem que acabar, temos que pensar e agir globalmente”.

A ativista sueca anunciou uma doação de 100.000 euros, por meio de sua fundação para a Covax, a aliança para o acesso global às vacinas. Thunberg pediu aos países ricos que impulsionem a Covax, com a meta de repartir 2 bilhões de doses em 190 países, este ano, com especial atenção a 92 países menos favorecidos.

Até o momento, aliança global arrecadou o equivalente a 5 bilhões de euros, mas precisa ultrapassar a marca dos 6,5 bilhões para cumprir o seu objetivo. O Governo britânico contribuiu com mais de 650 milhões de euros, a União Europeia anunciou que contribuirá com 1 bilhão e o Governo norte-americano se comprometeu a contribuir com 3,5 bilhões.

 

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