“Temos pouco tempo para decidir se a vida humana sobreviverá”, alerta Noam Chomsky

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03 Setembro 2020

Não houve outro momento com estas características na história da Humanidade. É o que afirma o prestigioso intelectual e ativista estadunidense Noam Chomsky, que disse que a pandemia de coronavírus fez destes tempos os mais sombrios de que se tem memória.

A reportagem é publicada por La República [Uruguai], 31-08-2020. A tradução é do Cepat.

Chomsky explicou que o presente representa um “ponto de confluência de diferentes crises muito graves”, entre as quais estão uma ameaça de guerra nuclear, a mudança climática, a pandemia de coronavírus, uma grande depressão econômica e uma contraofensiva racista que tem como epicentro os Estados Unidos, segundo publica o jornal Página/12.

“Este é um momento único na história da humanidade, não só em minha vida. Nunca houve um momento em que tenha surgido tal confluência de crises e as decisões devem ser tomadas muito rápido, não podem esperar”, afirmou o pensador, possivelmente o linguista vivo mais importante do mundo.

Chomsky, ativista pacifista há muito tempo, criticou o presidente Donald Trump por “desmantelar sistematicamente as proteções que ofereciam algum tipo de defesa contra a guerra nuclear”.

“Os principais especialistas como William Perry, ex-secretário de Defesa, uma pessoa que não pode ser considerada um exagerado e que é muito conservador e, ao mesmo tempo, está muito bem informado sobre estes temas, argumenta que a ameaça nuclear hoje é ainda maior que durante a Guerra Fria”, disse Chomsky.

Além disso, Chomsky disse que as iniciativas que os governos adotarem para enfrentar a pandemia de coronavírus serão importantes a curto prazo, mas que suas decisões sobre a mudança climática serão ainda mais duradouras.

“Sairemos de alguma maneira da pandemia, mas com um custo terrível, que tem em sua maioria causas evitáveis”, disse o autor de “Hegemonia ou sobrevivência” e “Estados falidos”, entre muitos outros títulos, em uma entrevista concedida ao site The Hill. “Não sairemos do derretimento das camadas de gelo polar, isso é permanente”.

“Temos tempo para decidir se a vida humana organizada sobreviverá na Terra ou sucumbirá à ameaça de um desastre ambiental”, acrescentou Chomsky.

Não é a primeira vez que o intelectual norte-americano se refere publicamente ao tema nesses termos. Em abril deste ano, alertou que os governos estão sendo “o problema e não a solução” e a respeito da situação pontual dos Estados Unidos, sustentou que se vê agravada pela condição de “bufões sociopatas” que conduzem a administração daquele país, com Donald Trump na liderança.

Sobre as mudanças que possam vir, alerta que “isto pode nos levar a estados altamente autoritários e repressivos, que ampliem o manual neoliberal, inclusive mais do que agora”, embora esclareça que “isso depende das pessoas jovens” e “de como a população mundial reagir”.

Recentemente, em junho, referiu-se ao vergonhoso papel adotado por Trump na gestão da pandemia e não hesitou em qualificá-lo como “o pior criminoso da história, sem sombra de dúvidas”. “Nunca houve uma figura na história política que tenha se dedicado tão apaixonadamente a destruir os projetos para a vida humana organizada na terra, no futuro próximo”, sentenciou o reconhecido intelectual.

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