14º domingo do tempo comum – Ano A – Mansidão, humildade e cuidado com os pequeninos

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Por: MpvM | 07 Julho 2023

"Hoje as leituras nos ajudam a entender um pouco mais do messianismo de Jesus. Ele é um Messias manso e humilde que vem fazer parte da humanidade por puro amor e gratuidade, sem precisar de imposição e violência. A violência não é parte do messianismo cristão.

"Os sistemas de mortes e violências, não encontram espaço no Reino do Pai. Quem quiser fazer parte deste Reino diferente, deve tornar-se Discípulo-Missionário, sendo
pessoa que assume e segue o Caminho de Jesus, capaz de ver, cuidar e ajudar os irmãos a carregarem seus fardos pesados, com gestos simples, que possibilitam vida digna."

A reflexão é de Ana Maria de Castro, PFSJ, religiosa da Congregação Pequenas Filhas de São José. Ela possui graduação em teologia (2012) e metrado (2015) pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia - FAJE. Atualmente é coordenadora - Obra Social Padre José Baldo e agente de pastoral em Ribeirão das Neves, MG.

 

Leituras do Dia

1ª Leitura - Zc 9,9-10
Salmo - Sl 144,1-2.8-9.10-11.13cd-14 (R 1)
2ª Leitura - Rm 8,9.11-13
Evangelho - Mt 11,25-30

 

As leituras do 1º domingo nos ajudam a refletir sobre o messianismo de Jesus. Ele é um Messias manso e humilde que vem fazer parte da humanidade por puro amor e gratuidade, sem precisar de imposição e violência. A violência não é parte do messianismo cristão.

Na primeira Leitura (Sl 114,1-2.8-11.13) o profeta Zacarias apresenta o sonho do povo de Israel de ter um rei. O rei anunciado pelo profeta, será diferente dos outros reis poderosos; ele será pobre e acolhedor, agirá com mansidão, não usará da violência para governar, não se servirá de armas de guerra, de triunfos. Seu reinado se estenderá por toda terra, sua Palavra será cheia de paz. Esse rei diferente virá montado num jumentinho, o animal que carrega os fardos pesados e que simboliza a missão do Rei esperado, que carregará os fardos pesados do povo sofrido. Este texto do profeta Zacarias anuncia a esperança de dias melhores, declara que o rei esperado está chegando, e que somente no seu reinado o povo encontrará a paz.

Na segunda leitura (Rm 8,9.11-13) o Apóstolo Paulo faz uma clara diferença entre “viver segundo a carne e viver segundo o Espirito”. Quem vive segundo o Espírito aceita viver o projeto de Deus em sua vida, buscando os valores do Reino. A pessoa que vive segundo o Espírito, busca o bem para todos, favorece a comunhão, não se cansa de lutar por dias melhores, sendo solidária nas lutas do cotidiano, para ver acontecer justiça e dignidade, e nunca fará escolhas que geram morte. Ela andará sempre com os pés no chão da realidade do seu próximo, participando dos seus sofrimentos, das suas alegrias e das suas vitórias. A vida nova de quem escolheu viver segundo Espírito, é um constante passar da morte para a vida. Já, A pessoa que aceita viver segundo a carne, ao seu redor, existem falsidades, violências e mortes; aceita estruturas sociais injustas e opressoras. Não vê as dores de quem sofre, e não busca viver como quem é guiado pelo Espírito de Deus.

No Evangelho de Mateus ( Mt 11,25-30) encontramos pontos de ligação com a primeira leitura, onde o Profeta Zacarias fala do sonho do povo de Israel, de ter um Messias diferente, que governará sem usar violência, um Messias cujo poder terá a característica da mansidão. Em Jesus, o Messias humilde e diferente, o povo pode sentir que é amado e cuidado, Ele convida a todos: “vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso”; (Mt 11,28). Este Messias anunciado,
coloca-se do lado dos pequenos e necessitados, Ele escuta suas dores, suas angustias, seus desafios, suas alegrias. Jesus explica que o Reino que Ele vai instaurar é para os “pequeninos”, aqueles (as) que deixam Deus ser Deus em suas vidas, pessoas abertas e sensíveis em fazer o bem. Os pobres serão evangelizados, e eles mesmos, com a força do Espírito de Deus, irão evangelizar. Jesus esclarece que ente Ele e o Pai existe uma íntima relação de conhecimento e confiança, e Jesus revela que o Pai governará o Reino que Ele irá instaurar, com a lei da misericórdia e da liberdade.

Os sistemas de mortes e violências, não encontram espaço no Reino do Pai. Quem quiser fazer parte deste Reino diferente, deve tornar-se Discípulo-Missionário, sendo
pessoa que assume e segue o Caminho de Jesus, capaz de ver, cuidar e ajudar os irmãos a carregarem seus fardos pesados, com gestos simples, que possibilitam vida digna.

Por fim, as leituras dos textos deste domingo, convidam a praticar a mansidão e a solidariedade com todos. A nossa realidade atual, é de muito sofrimento, pela pandemia do coronavírus, tempo onde o grito pela vida se faz cada vez mais forte, é importante perceber o envolvimento de pessoas que continuam doando seu tempo, até suas vidas, seguindo o exemplo de Jesus, para cuidar dos irmãos. A cura deste mal, e de tantos outros, está na compaixão, na solidariedade e nos cuidados recíprocos. Que as lições dos textos deste domingo, nos ajudem a sermos Discípulos (as) Missionários (as) do Reino de Amor, mansidão e solidariedade.

 

 

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