17 Janeiro 2020
Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora – MG.
Era feliz
Mas eu era feliz
ao colar o ventre à grande mancha
de água. Enchera de ar a voz cava
e emitia sons para fugir à consciência
da Poesia. Estava inspirada
pelo meu dom de nadar, opondo-me ao destino.
Tive olhos redondos extraídos do interior
da Terra. O poema atormentou-me
obrigando-me a ser tão lúcida
que o compusesse. Perder o paraíso
que são os jardins onde a baba dos sapos
segue um labirinto.
Fonte: Fiama Hasse Pais Brandão. Obra breve. Poesia reunida. Porto: Assírio & Alvim, 2017, p. 315
Vídeo publicado pelo Portal Paz e Bem
Ouça a recitação do poema.
Fiama Brandão
Foto: Luísa Ferreira | Casa Fernando Pessoa
Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007): Poetisa, dramaturga, ensaísta e tradutora portuguesa. Foi condecorada com o Prêmio Adolfo Casais Monteiro, e sua obra passou a ganhar mais visibilidade a partir da criação, em 1961, da revista Poesias 61 e, em 1965, quando participou da criação do grupo de teatro Hoje. Traduziu diversos autores alemães e franceses para o português, entre eles, John Updike, Bertold Brecht, Antonin Artaud, e Anton Tchekov. Entre as suas obras, destacamos, Barcas Novas (1967), (Este) Rosto (1970), Âmago I/Nova Arte (1985), Cântico maior (1995), e Epístolas e Memorandos (1996).
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Era feliz. Fiama Brandão na oração inter-religiosa desta semana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU