Por: MpvM | 13 Dezembro 2019
"O Evangelho (Mt 11,2-11) nos confronta com a pergunta que nos inquieta: quem é Jesus? Evidentemente que a resposta de Jesus a essa pergunta não é nada teórica, mas extremamente concreta: comunicai a João o que estais vendo e ouvindo. Perguntam-lhe por sua identidade e Jesus responde por sua atuação: cura dos doentes, dos pobres e desgraçados que encontra pelos lugares por onde passa, sem recurso e poucas esperanças por uma vida melhor."
A reflexão é de Gisele Canário, leiga. Ela possui graduação em teologia pelo Instituto São Paulo de Estudos Superiores e é mestra em teologia com ênfase em exegese bíblica (Antigo Testamento) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atualmente é assessora no Centro Bíblico Verbo, onde atua na confecção de materiais para estudos bíblicos, formação em comunidades eclesiais e cursos bíblicos online - plataforma moodle. É analista de pastoral na rede Marista de colégios. Ela também desenvolve materiais didáticos para cursos de Teologia - UNIASSELVI e participa do grupo de pesquisa “Tradução e Interpretação do Antigo Testamento” (TIAT).
Referências bíblicas
1ª Leitura - Is 35, 1-6a.10
Salmo - Sl 145,7.8-9a.9bc-10 (R. Cf. Is 35,4)
2ª Leitura - Tg 5, 7-10
Evangelho - Mt 11,2-11
Neste domingo a mensagem profética perpassa três pilares de alta provocação: Consciência ao Projeto do Reino de Deus, espera não passiva mediante atitudes de transformação, e as atitudes visíveis da permanência de Jesus junto aos adeptos do seu plano.
É com essa provocação iminente que celebramos o domingo da alegria, sendo provocados pela leitura do Profeta Isaías (Is 35, 1-6a.10), um convite ao júbilo, pois a terra era deserta e intransitável, contudo a solidão já está florescendo como um lírio.
Na Carta de Tiago (Tg 5, 7-10) aos seus adeptos, a provocação continua sendo incitada, o tempo da espera se faz necessário, mas não é alienante, pois o que virá é resultado de uma fecundação que acontece permanentemente. O título de Juiz dado a Jesus é embasado por meio de uma visão profética humanizada, é necessário que as mãos sejam dadas, para que a firmeza seja maior mediante as dificuldades concretas. É preciso sair do seu lugar, e ir em direção às transformações necessárias. É preciso mudar de concepção: a visão que os discípulos de Jesus possuem a respeito do Juiz é de alguém que deve se impor com força terrível, salvando apenas aqueles que o seguem e condenando os que supostamente o recusaram.
O Evangelho (Mt 11,2-11) nos confronta com a pergunta que nos inquieta: quem é Jesus? Evidentemente que a resposta de Jesus a essa pergunta não é nada teórica, mas extremamente concreta: comunicai a João o que estais vendo e ouvindo. Perguntam-lhe por sua identidade e Jesus responde por sua atuação: cura dos doentes, dos pobres e desgraçados que encontra pelos lugares por onde passa, sem recurso e poucas esperanças por uma vida melhor.
Por fim, nessa liturgia somos provocados a conhecer melhor quem é Jesus, para quem Ele veio, e para que alegria futura ele está provocando todos a viverem desde já. Portanto, em tempos de inversão de valores, de negação às propostas do Reino de Deus, se faz necessário: aliviar o sofrimento, curar a vida e abrir um horizonte de esperança aos mais pobres. É preciso lutar com firmeza e tenacidade contra toda forma de injustiça e opressão, desmascarando todos os mecanismos sociais que as geram.
Ainda assim isso não é suficiente, é necessário mais: o afeto que falta a tantas pessoas, a solidão, a crise do sentido da vida, o vazio interior, o desafeto e a desesperança que não poucos experimentam. O afeto a cada pessoa, a proximidade amistosa, o respeito e a escuta a cada ser humano, a acolhida e compreensão de cada vida não podem ser garantidos se não surgem do coração de mulheres e homens vivificados pelo Espírito que emana do Projeto de Jesus.
Como dizia São Francisco em plena idade média: Irmãos, até aqui quase ou nada fizemos, é preciso recomeçar! Alegria, alegria, o Reino de Deus já está entre nós!
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3º Domingo do Advento - Ano A - Uma alegria que provoca à ação - Instituto Humanitas Unisinos - IHU