Investidores devem pressionar empresas contra crise climática, afirma Justin Welby, arcebispo anglicano de Canterbury

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29 Agosto 2019

Arcebispo anglicano de Canterbury diz que os empresários não estão fazendo o suficiente para pressionar por mudanças.

A reportagem é de Sean Farrell, publicada em The Guardian, 27-08-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O arcebispo de Canterbury criticou a indústria de investimento pela inércia em relação à crise climática e pediu que os gestores de fundos pressionem as empresas para reduzirem o seu impacto no ambiente.

Justin Welby disse que os gestores de fundos “não assumiram o suficiente a sua responsabilidade” no sentido de usar a sua propriedade das empresas para pressionar por mudanças. Ele disse que os investidores devem dizer às empresas que ajudem a cumprir as metas estabelecidas pelo Acordo Climático de Paris.

Welby disse: “A situação em que nos encontramos foi chamada com razão de emergência climática. Sabemos que é inquestionável que os investidores que atuam juntos podem influenciar os resultados de tudo, inclusive nas mudanças climáticas. Está no poder dos investidores ajudar a evitar as consequências desastrosas – éticas e financeiras – de não atingir as metas de Paris”.

As palavras de Welby são sua crítica mais direta ao setor de gerenciamento de fundos em relação à emergência climática. Antes, ele havia argumentado que a preocupação com o aquecimento global abalaria o investimento e incentivou os investidores a impulsionarem uma mudança.

Ele fez seus últimos comentários em apoio a uma cúpula da Global Ethical Finance Initiative no próximo mês, em Edimburgo, sobre como fazer com que as finanças trabalhem melhor pelas pessoas e pelo planeta.

Welby disse: “O dinheiro não é moralmente neutro – ele pode causar danos e pode fazer o bem. No mínimo, é responsabilidade dos investidores levar em conta os fatores ambientais, sociais e de governança em suas decisões de investimento e na administração de seus bens”.

As companhias petrolíferas, mineradoras, companhias aéreas e montadoras estão entre as empresas que enfrentam uma crítica crescente sobre a sua responsabilidade nas emissões de carbono que contribuem com o aquecimento global.

As maiores empresas dos EUA admitiram recentemente que deveriam assumir a responsabilidade pelo ambiente, pelo bem-estar dos trabalhadores e por uma postura ética, assim como ganhar dinheiro.

O arcebispo disse que os fundos que monitoram índices como o FTSE 100, em vez de escolher ações individuais, precisavam exercer mais pressão sobre as empresas em relação à crise climática.

Welby disse: “O investimento passivo (...) pode ser a solução de investimento certa para muitos, mas a administração passiva não é a resposta para ninguém. Todos os investidores podem fazer a diferença ao se engajar e votar de forma determinante em apoio ao acordo de Paris”.

A BlackRock, a maior empresa de gestão de ativos do mundo, defendeu a sua falta de ação em relação à emergência climática, dizendo que a maior parte dos seus fundos é investida em índices. A BlackRock perdeu cerca de 90 bilhões de dólares [cerca de 375 bilhões de reais] durante a última década ao ignorar o risco financeiro de investir em empresas de combustíveis fósseis, de acordo com um relatório do mês passado.

O arcebispo, ex-executivo da indústria do petróleo, disse que a Igreja da Inglaterra está atrasada em desviar seus investimentos de empresas que prejudicam o clima. Em sua última medida, a Igreja votou no ano passado a retirada de investimentos de empresas que não cumprirem os termos do Acordo de Paris até 2023.

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