14 Dezembro 2018
Edegard Silva Junior
Ele nasce para todos os povos e culturas.
Faustino Teixeira
Muito emocionado com esse belo filme de Win Wenders: Papa Francisco. Um homem de palavra. E das mais impressionantes frases da película:
"E se você me perguntar, ´para o senhor, qual é o mais pobre, mais pobre, mais pobre que existe?`Eu diria que é a MÃE TERRA. Nós a saqueamos, nós a maltratamos"
Papa Francisco
Caio Almendra
Eu vou ser bem pentelho nessa... mas como é chato demais ver vídeos acadêmicos longos feitos no Brasil.
A primeira impressão que tenho é que não há nenhuma preocupação em minimamente entreter ou instigar o público. Não é só a monotonia de fala, apesar dela ser comum. Aliterações cansativas, repetição e repetição. Mas, sobretudo, nenhuma apresentação oral é pensada como um roteiro, como uma jornada, com chamamento à aventura, clímax, desfecho e etc.
Sequer uma preocupação de instigar o público com uma pergunta ou afirmação central e enfática é mantida. Sequer começar falando do porquê se está falando, fazemos. Como um todo, o discurso é burocrático.
Em suas estruturas, a primeira parte é uma grande citar de referências, de fatos históricos, de nomes infindos. Basicamente, é o "momento sou foda". Depois, parte-se para uma longa explanação de conteúdo sem conteúdo. Explico: sendo impossível recordar de tudo que se pesquisou, se cita a relevância da coisa sem descrever a coisa em si. E termina.
É um assombro de roteiro.
Eu ouço vídeos de youtube de horas, nos mais variados sotaques de mundo afora. Na minha língua nativa eu fico mais cansado do que em inglês indiano. É de doer.
Aí, a gente perde do Olavo de Carvalho no youtube e não sabe o porquê. A impressão que eu tenho é que forma importa para caralho no mundo real mas é completamente desprezada pela academia e esquerda brasileira. "Eu tenho conteúdo, logo não preciso me preocupar com a forma", diz o acadêmico que faz um vídeo sem forma e sem conteúdo.
Não é só que a esquerda tenha que ir para o YouTube. Ela tem que aprender com os youtubers mesmo. Um salve a quem tem se preocupado em ocupar esse espaço direito.
Gustavo Gindre
Na União Europeia, o capital estrangeiro não pode ter mais de 49% de uma empresa aérea.
Nos Estados Unidos, o limite de participação de capital estrangeiro é ainda menor, de 25%.
No Brasil é de 20% (embora a LATAM já seja majoritariamente chilena e tenha montado uma pirâmide acionária para burlar o limite legal).
Agora Temer editou uma MP que permite 100% de capital estrangeiro, SEM RECIPROCIDADE. Ou seja, uma empresa norte-americana poderá comprar 100% de uma aérea brasileira, embora uma empresa brasileira continue limitada a comprar 25% de uma aérea dos Estados Unidos.
Nossos liberais são mais liberais que os outros...
Gustavo Gindre
Vejam que coisa estranha.
A permissão para o capital estrangeiro controlar 100% das empresas aéreas no Brasil foi vendida como a possibilidade do aumento da concorrência. Algo positivo, portanto.
Mas vejamos uns fatos concretos.
LATAM, Gol e Avianca fizeram lobby por essa mudança. A Azul só não era a favor porque queria que houvesse reciprocidade (ou seja, o país que quisesse investir aqui teria que abrir seu mercado para o investimento brasileiro).
Que coisa estranha que as empresas aéreas brasileiras façam lobby por uma medida que supostamente vai trazer concorrência contra elas próprias. São suicidas? Masoquistas?
A proposta acabou sendo acelerada (vencendo a resistência da Azul pela exigência de reciprocidade) quando a Avianca entrou em crise e pediu recuperação judicial.
Que coisa estranha uma proposta que supostamente aumenta a concorrência ser adotada para ajudar uma empresa brasileira que está em dificuldades. Por que uma empresa brasileira em dificuldades iria querer concorrência contra ela própria?
Após o anúncio da Medida Provisória que altera a lei, as ações da Gol dispararam na Bolsa.
Que coisa estranha as ações da Gol subirem após o anúncio de uma medida que supostamente trará concorrentes contra a Gol.
É que na verdade não é nada disso que vai ocorrer. Não veremos a entrada de novas empresas no mercado interno. O que ocorrerá é apenas a venda das empresas brasileiras para o capital estrangeiro.
A TAM (hoje LATAM) já é chilena na prática e vai poder legalizar o controle de fato.
A Gol já tem cerca de 10% do seu capital nas mãos da Delta, que provavelmente assumirá o seu controle (por isso a alta na Bolsa).
A Sinergy é dona da 60% da Avianca-Taca e de 100% da Avianca Brasil. Agora ela vai fundir as duas e permitir que os sócios estrangeiros da Avianca-Taca entrem no capital da Avianca Brasil. No mercado já se fala na entrada da United no capital da Avianca.
Mesmo a Azul (que queria reciprocidade para aumentar sua participação na TAP) poderá vender uma parcela ainda maior da empresa para a chinesa HNA (que hoje é dona da 23,7% da Azul).
Ou seja, continuaremos a ter o mesmo número de empresas no mercado interno, sem aumento da concorrência. Elas só não serão mais brasileiras.
Idelber Avelar
Essa postagem do Instagram da Regina Duarte está errada em tantos níveis que começa a adentrar aquele campo do que o gringo chamaria "not even wrong". Mas ela é interessante como documento da cabeça da figura, daí resolvi rabiscar umas notas.
Em primeiro lugar, no canto inferior esquerdo ela apresenta a Dubai de hoje como o grande modelo a se seguir - Dubai! De todas as partes do mundo chamado "desenvolvido" que poderiam ser bons modelos para o Brasil, certamente uma teocracia que pertence a um sujeito de turbante e que trata mulheres como cidadãs de segunda classe seria dos meus últimos escolhidos.
Ela justapõe uma foto de Dubai de alguns anos atrás a uma foto da Dubai de hoje enquanto justapõe uma foto de uma paisagem aleatória do Nordeste de alguns anos atrás a uma paisagem aleatória do Nordeste de hoje. Ignorando que entre as duas fotos do primeiro par descobriu-se ali uma coisinha chamada petróleo, mas saltemos essa parte (e vamos pressupor que as fotos estão corretas, claro).
Cid Benjamin
O candidato de Bolsonaro à Presidência da Câmara dos Deputados é um tal Fabinho Ramalho, do MDB. Há risco de ser eleito.
Ele "tem como principal predicado as festas que dá em seu apartamento e as iguarias que serve aos seus companheiros: porcas à pururuca, com duplo sentido e tudo".
Malgrado o mau emprego da palavra "predicado", que deve ser usada para se referir a um atributo pessoal (e certamente o jornalista quis se referir a "trunfo de campanha", o que é diferente), e o machismo nojento contido no uso da expressão "porcas" com duplo sentido, referindo-se a garotas de programa, a informação é de deixar qualquer um desconcertado.
E vem de fonte confiável: a coluna de Merval Pereira, que é simpático a Bolsonaro, no Globo desta quinta-feira.
Julio Renato Lancellotti
Vejo Jesus nos pobres, nos moradores de rua e na goiabeira vejo goiabas!
Julio Renato Lancellotti
Isto não é uma goiabeira mas a árvore de Natal feita à mão pelos irmãos de rua com restos de tecidos! Esta árvore, sim, faz ver Jesus nos pobres!
Idelber Avelar
Já faz muitos meses, a Arábia Saudita vem conduzindo, com coordenação, financiamento e assistência dos EUA, uma daquelas absurdas guerras de agressão no Iêmen, país que compete firme pela liderança no ranking das nações mais desgraçadamente miseráveis do mundo. Miserável em todos os sentidos possíveis: herança de pobreza, violência extrema, insegurança alimentar, localização geopolítica azarada da porra.
Hoje, finalmente, o Senado dos EUA aprovou por 56-41 uma resolução desautorizando qualquer assistência militar americana para as operações de guerra sauditas no Iêmen. A Arábia Saudita é um país que, lembremos, assassina jornalistas por delito de opinião não só em seu próprio território, mas em embaixadas suas em território estrangeiro.
A resolução do Senado ainda vai para a Câmara, onde a batalha é mais morro acima, e Trump já avisou que mesmo que ela passe lá, ele irá vetá-la. Daí seriam necessários 2/3 do Senado para anular o veto de Trump. Ou seja, o voto de hoje está longe de ter sido definitivo. Mas é um começo para, pelo menos, deixar claro o absurdo desse arranjo dos EUA com os sauditas e mostrar que há forças políticas opostas a ele dentro dos EUA.
Por enquanto, para quem está não nos EUA mas no Brasil do bolsonarismo tão americanófilo e tão trumpista, a lição do episódio é clara. Sempre que vierem lhe falar de relações de não sei quem com não sei qual "ditadura" para construir espantalho, responda com quatro palavrinhas:
Estados-Unidos-Arábia-Saudita.
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