14 Setembro 2018
Cid Benjamin
Gregório Grisa
No RS, candidato ao Senado do PP faz campanha para Bolsonaro apesar do partido ter a vice e apoiar Alckmin. Heinze, por princípios xenófobos e racistas, apoia o capitão cujo mentor econômico quer privatizar os bancos públicos que subsidiam a agricultura comercial que ele diz defender.
Maurício Caleiro
Acabo, por obrigação profissional, de passar duas horas no mesmo ambiente de dois bozettes tecendo comentários políticos.
Nada faz o menor sentido, oscilam entre desencanto generalizado com a "política oficial" (como se um parlamentar experimentado não estivesse nela), uma revolta moralista contra feministas, gays e ativistas negros, e a convicção desesperada de que "algo precisa ser feito" e "só ele é capaz de fazer".
Não tenho o menor saco de discutir política ao vivo, mas, nas poucas vezes em que não aguentei e ponderei (questionando a crença deles de que Bozo não é corrupto, lembrando o caso da funcionária fantasma e o enriquecimento de um dos filhos), em vez de reagirem com veemência, recuaram, conformados ("como ele é polícia, deve ter as manhas de como roubar e não ser pego, mas não se beneficiou dos grandes esquemas como os outros").
Minha impressão foi de que não tem nada a ver com política e, portanto, será muito difícil, quase impossível, reverter esses votos. É religião.
P.S. O pior, o que me deixa mais triste, é que, no convívio, são dois anjos de pessoas, super generosos.
Idelber Avelar
Hoje o Senador Lindbergh declarou explicitamente que será Lula quem escolherá os Ministros caso Haddad seja eleito. É mais um dado insólito nesta eleição: fazem campanha para um sujeito dizendo que ele não vai mandar nada. É insólito, mas não é inédito na América Latina do realismo mágico político.
45 anos atrás, aí ao lado, na Argentina, a fórmula "Cámpora al gobierno, Perón al poder" consagrava exatamente isso. Para quem não conhece a história: em 1973, ainda proscrito de concorrer mas já voltando à Argentina depois de 18 anos de exílio - o golpe militar que o derrocou, nesse caso golpe mesmo, acontecera em 1955 -, Perón concorre "através" de Cámpora, o breve, que ganha e governa o país de maio a julho de 1973. A bagunça toda que se seguiu forçou outra eleição, essa sim, com Perón lui-même. Que ganha de novo, claro, mas morre no poder, deixando-o à mulher, não À mulher da sua vida, Evita, mas à segunda, Isabel. Que não consegue deter a bagunça, evidentemente.
O inacreditável é que algumas vozes na campanha petista até fazem a alusão a essa história, sem contar o final dela: "Cámpora ao gobierno, Perón al poder" inaugura a década (1973-83) mais horrível, de pior pesadelo e mais violência indiscriminada e assassina de toda a história argentina. Talvez não seja muito bom precedente, não.
Idelber Avelar
Amigo cabo eleitoral do Haddad, tudo é legítimo na sua luta para convencer eleitores, claro, mas pegue leve com números de pesquisa Vox Populi. O instituto já chegou àquele ponto em que a palavra pesquisa tem que vir entre aspas. O Vox Populi errou gigantescamente em todas as últimas presidenciais e sempre errou na mesma direção.
Agora, fizeram uma "pesquisa" que é uma peça de propaganda de um candidato. Aliás, há bastante tempo não olho os números de pesquisa deles como retrato do momento da corrida eleitoral, mas como retrato da estratégia de uma força política em particular. É o próprio instituto quem lança seu nome no poço da falta de credibilidade.
Gustavo Gindre
Uma das coisas mais decepcionantes da política recente do Brasil é a Rede.
O partido surgiu com um discurso de horizontalidade, rizoma... uma coisa meu Deleuze, sei lá.
Mas logo, logo todo mundo que era interessante foi saindo do partido.
E ficou evidente que a única razão de ser da Rede é servir de legenda para as candidaturas quadrianuais da Marina. Tanto que os eleitores da Marina nem se dão ao trabalho de votar na Rede para outros cargos. É só Marina, mesmo. De rizoma passamos rapidamente a projeto pessoal.
E aí começaram as alianças injustificáveis. No Rio, por exemplo, a Rede apoia Romário para governador.
Uma pena porque teria sido uma experiência partidária bem interessante, mas acabou sendo mais do mesmo.
Benedito Tadeu César
Mauro Moura
Fabricio Souza
O fascismo é sempre dos outros. As vítimas servem para denunciar o mal. Mas e as pequenas pulsões fascistas ? A violência molecular? O gosto pelo autoritarismo ? O arquétipo do macho que decide ? O coronel que bota ordem? O partido que passa o trator ? Vai ter e teve copa.
A esquerda não apenas agenciou a verdadeira desgraça que é a direita mais barbara do Brasil - PMDB, milícia, picciani, Kátia motosserra, Bolsonaro , bancada evangélica - como ela mesma se agenciou como autoritarismo.
Modulações fascistas.
Não tamo junto não.
Fernando Altemeyer Junior
Um mês exato para Oscar Romero ser declarado oficialmente Santo.
Coração em festa.
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