Peru. Destaque para o contraste político entre o novo cardeal e o antigo

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03 Junho 2018

O grande contraste das críticas do novo cardeal Pedro Ricardo Barreto Jimeno ao Congresso, de maioria neoliberal, contra a troca de lisonjas entre o Legislativo e o antigo cardeal Juan Luis Cipiriani, foi destacado hoje com clareza no Peru.

A reportagem é publicada por Prensa Latina, 31-05-2018. A tradução é de André Langer.

O jornal Correo qualificou como “fato singular” o fato de que ontem (30 de maio), enquanto Cipriani era condecorado pelo Congresso nacional e elogiado por seu polêmico papel durante a chamada guerra interna (1990-2000), Barreto tenha reiterado que o Congresso está “de costas para a realidade do país”.

Em sua sede do bispado da cidade centro-andina de Huancayo, Barreto fez a crítica ao responder sobre criticados gastos do Congresso nacional.

“O Congresso nacional, com algumas exceções, logicamente, está de costas para a realidade do Peru, e estar de costas para a realidade do Peru significa corrupção, uma corrupção que definitivamente não devemos aceitar”, afirmou.

Ele também assinalou que, aparentemente, os legisladores “se deslumbram com o poder econômico, o poder de fazer leis” e alguns não cumprem cabalmente a tarefa de legislar a favor da sociedade.

Para Barreto, no Congresso “não há resultados positivos. Eles praticamente vivem do Estado, não querem largar a ‘mamata’ (privilégios); são incompreensível algumas decisões que eles querem tomar, por exemplo, para favorecer grandes empresas, enquanto a pobreza continua crescendo no país”, asseverou.

Pelo contrário, Cipriani, membro da conservadora Opus Dei, evitou qualquer referência à insatisfação da maioria com o Parlamento de maioria neoliberal nas mãos do partido Força Popular (FP), com o qual tem grande afinidade.

Fazendo grandes esforços para não atacar Barreto, os representantes da Força Popular, Luis Galarreta, presidente do Congresso, e Daniel Salaverry, porta-voz da bancada desse partido, tentaram minimizar as palavras do novo cardeal.

Galarreta invocou sua condição de católico respeitoso das autoridades eclesiásticas para não comentar as palavras de Barreto, cuja ponderação cabe ao Papa Francisco, e disse que prefere ficar “com a foto de ontem”, da condecoração de Cipriani.

Salaverry disse que respeita as opiniões de Barreto, que assumirá o cardinalato no dia 29 de junho, como as de qualquer cidadão, por tolerância, mas não concorde com elas.

O deputado situacionista Gilbert Violeta disse que não concorda com a opinião do dignitário, mas a respeita e reconheceu que disse o que milhões de peruanos pensam.

Ele lembrou que o Legislativo só tem uma aprovação de 7% ou 8% da população, segundo as pesquisas, o que, segundo ele, “deve levar todos os 130 deputados a uma profunda reflexão”.

O parlamentar de centro-esquerda Yonhy Lescano, por sua vez, declarou que, “obviamente, o Parlamento não está dando apenas as costas ao país, mas está traindo a confiança que o povo peruano depositou nele”.

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