11 Julho 2020
Carlos Ponce de León. Argentina, †1977.
Carlos Horacio Ponce de León, nasceu em Navarro, 17 de Março de 1914, foi bispo da diocese de San Nicolas de los Arroyos (província de Buenos Aires).
Ordenado sacerdote em 17 de dezembro de 1938, depois de ter completado seus estudos no Seminário Arquidiocesano de Buenos Aires. Em 09 de Junho de 1962, foi nomeado bispo auxiliar de Salta (província de Salta) e em 15 de Agosto de 1962, recebeu a consagração episcopal na Basílica de Santa Rosa.
Em 28 de abril de 1966, foi nomeado bispo titular de San Nicolas los Arroyos pelo Papa Paulo VI e esteve a frente da diocese por 11 anos.
Durante os onze anos em que governou a diocese de San Nicolas, realizou e impulsionou toda a obra do apostolado de ação social em uma atitude permanente de serviço à comunidade, em cumprimento de seu lema episcopal expressa no escudo que sintetiza toda a sua vida. "Eu não vim para ser servido, mas para servir". Pelo seu compromisso pastoral e social é que ele foi capaz de colocar sua vida em risco para ajudar que o povo argentino tivesse seus direitos respeitados.
De acordo com organizações de direitos humanos, Ponce de León foi considerado um "bispo vermelho" na área norte de Buenos Aires, onde ele tinha entrado em confronto com militares de San Nicolás que até o apelidaram de "monsenhor ambulância", porque ele costumava recolher os feridos em confrontos e atendia os familiares dos desaparecidos.
Carlos Ponce de León teve uma importante atuação episcopal durante a ditadura do autodenominado Processo de Reorganização Nacional que tinha estourado em 1976, e secretamente, a sangue e fogo causou extrema violência no estado. Ele foi um dos poucos membros da hierarquia da Igreja Católica Argentina a criticar os abusos e crimes contra os direitos humanos, tais como o assassinato do bispo Enrique Angelelli por uma "força-tarefa militar", em 1976.
A partir de 24 de Março de 1976 recebeu os familiares dos desaparecidos. Recebia a cada uma das famílias que lhes pediam que intercedesse para saber o paradeiro de seus filhos. Quando os sacerdotes o questionou porque ele foi interceder pelos familiares e questionar a repressão, tortura e desaparecimento de pessoas, ele respondeu: "Por que devo ir, eu não estou fazendo nada de errado". Ponce tinha organizado documentos sobre a repressão executada em sua diocese.
Há testemunhas que dizem que Ponce de León recebia constantes ameaças de morte na qual diziam que ele "não passaria de julho", que o haviam perseguido e insultado na rua e tinha informações importantes sobre o assassinato de sacerdotes Palotinos, que ocorreu um ano antes. Ele estava sendo monitorado continuamente pelos militares.
Depois do assassinato do bispo Enrique Angelelli, ele disse: "Agora é comigo", que deveria assumir as mesmas causas e os mesmos riscos; denunciar o desrespeito aos direitos humanos que o povo de sua diocese estava sofrendo, e por seu compromisso de anuncio do Evangelho e denuncia de tantas atrocidades praticadas por parte dos militares é que a perseguição se tornou mais intensa.
Em 11 de Julho de 1977, o bispo Carlos Ponce de León foi morto nas proximidades do cidade de Ramallo. Os carrascos "disfarçados" como motoristas inocentes utilizaram a mesma metodologia usada para o assassinato de Monsenhor Angelelli em Rioja.
Ponce de León estava indo de San Nicolas para a cidade de Buenos Aires pela Estrada Nacional n.º 9 em um carro Renault 4S, entre outras questões a resolver pelo caminho, ele visita um seminarista internado em Buenos Aires. A 11 km de San Nicolas, no km 212 um Ford F100 que estava viajando na direção oposta fez uma manobra para evitar a colisão com um ônibus estacionado. Por causa da chuva, a caminhonete virou e atravessou a pista contraria onde vinha o carro do bispo, causando a colisão. Ponce de León morreu de hemorragia cerebral, sem fraturar nenhum dos ossos.
Tal como no caso de Monsenhor Angelelli, o acidente de trânsito que causou a morte de Ponce foi simulado.
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.
El 11 de julio de 1977, el prelado se dirigía a la Capital Federal en compañía de su colaborador Víctor Oscar Martínez, con el objeto de llevar documentación a la Nunciatura Apostólica, relativa a la represión ilegal (secuestros y torturas) implementada en la Diócesis de San Nicolás y también en Villa Constitución (Provincia de Santa Fe). Esa documentación involucraba al entonces Gral. Carlos Guillermo C. Suárez Mason jefe del Primer Cuerpo de Ejército), al Coronel Camblor (Jefe del Regimiento de Junín) y más directamente al Teniente Coronel Saint Aman (jefe del Regimiento con asiento en San Nicolás). Cabe señalar que el ex General Suárez Mason fue dado de baja a mediados del año en curso (1984) en razón de no haber comparecido a la citación de la Justicia Militar por las denuncias sobre violación de los derechos humanos que lo indican como responsable, encontrándose actualmente prófugo.
La documentación que el Obispo de San Nicolás llevaba en su poder desapareció sin ser reclamada por el Canciller de la Diócesis, Monseñor Roberto Mancuso, Capellán de la Unidad Carcelaria.
A consecuencia del choque automovilístico, el Obispo fue conducido a la clínica San Nicolás (en la misma estuvo internado Víctor Martínez) donde falleció horas más tarde como consecuencia de las heridas sufridas. Pudo establecerse que ni al médico de cabecera del prelado le fue permitido ingresar en la sala de terapia intensiva; sólo pudo verlo, antes de morir, su señora madre.
A los pocos días del accidente, Víctor Martínez -que estaba haciendo el servicio militar en la Prefectura de San Nicolás- fue arrestado por orden del Teniente Coronel Saint Aman sufriendo toda clase de vejaciones físicas y psíquicas durante su cautiverio. «...En ese lugar me golpearon hasta desmayarme. Así durante horas. Luego comenzaron a preguntarme cuáles eran las actividades del Obispo, qué personas lo visitaban, a cuantos extremistas había ocultado». (Testimonio de Víctor Oscar Martínez -Legajo N° 734).
Hacía tiempo que Monseñor Ponce de León era objeto de amenazas. «...igualmente las amenazas personales que le hacía el Tte. Cnel. Saint Aman: «Tenga cuidado, usted está considerado un Obispo rojo». El mismo jefe militar le había prohibido celebrar misa de campaña en el regimiento "porque allí no entraban los curas comunistas"».
El informe «Nunca Más» lo menciona como víctima de la dictadura, sin embargo, y como era de esperar, la jerarquía eclesiástica jamás investigó o exigió que se investigara el «accidente». «Ahora me toca a mí» afirmó después del asesinato de Monseñor Angelelli, según afirma su colaborador Víctor Martínez.
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
11 de julho de 1977 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU