22 Abril 2017
Pela quinta vez - todos os anos do seu pontificado -, o Papa Francisco aparece na lista das cem pessoas mais influentes do mundo, de acordo com a revista "Time". "Ele escuta com mais entusiasmo as testemunhas do que os mestres", assim o define o Arcebispo de Chicago, Blase Cupich, encarregado da publicação do perfil biográfico de Bergoglio.
A informação é publicada por Religión Digital, 2104-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.
Cupich recém-ordenado cardeal por Francisco, pergunta-se "Quem é Jorge Mario Bergoglio?", e responde com as palavras que o próprio Pontífice utilizou a essa questão. "Sou um pecador". O prelado recorda que, antes de ouvir as confissões na Basílica de São Pedro, Francisco também ajoelha-se em confissão, pois não é possível acompanhar um mundo de sofrimento sem reconhecer os seus próprios defeitos.
"O mesmo vale para a Igreja liderada por Francisco", lembra Cupich. Neste sentido, recorda que antes de ser eleito Papa, Francisco fez um discurso para seus colegas cardeais alertando que a Igreja não deveria tornar-se uma instituição auto-referencial, mas sair de seu ensimesmamento para estar com os que sofrem. "Isto tem acontecido especialmente neste ano, já que Francisco falou sobre a necessidade de acolher os refugiados em meio a crise mundial", diz Cupich.
O Arcebispo de Chicago relembrou no perfil algumas palavras de Paulo VI em que afirmava que o homem moderno "escuta com mais entusiasmo as testemunhas do que os mestres". "Francisco ama essa frase, e é precisamente por causa de seu testemunho poderoso, tanto em palavra quanto em ação, que o ouvimos com entusiasmo", conclui.
Entre as diferentes personalidades que aparecem na lista, a Time relacionou a ativista mexicana Jeanette Vizguerra que chegou aos Estados Unidos em 1997 e desde fevereiro esconde-se no sótão de uma igreja para evitar a deportação.
A publicação conta a sua dura história e a situação que enfrenta agora, após a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. "Algumas famílias têm planos de emergência para incêndios, terremotos ou tornados. A família de Jeanette Vizguerra tem um plano no caso de alguém bater na porta", diz a revista. Os filhos da ativista sabem detalhadamente o que devem fazer caso os funcionários da Imigração e da Alfândega batam à sua porta: alertar família e amigos, e se esconder no quarto.
Jeanette mudou-se para os Estados Unidos em busca de trabalho. Foi organizadora de sindicatos e criou sua própria empresa antes de se tornar-se defensora da reforma da imigração, algo arriscado para um imigrante sem documentos. Depois de lutar contra esses planos durante anos, decidiu publicar sua história e refugiar-se no sótão de uma igreja em Denver, pois as autoridades de imigração não costumam agir em centros religiosos.
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Francisco, pela quinta vez na lista "Time" das cem pessoas mais influentes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU