Donald Trump e o terrorismo migratório. A dura reprimenda da Igreja mexicana

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03 Março 2017

Uma gigantesca estátua de cinco metros de altura e uma tonelada de peso, erguida a poucos metros da fronteira de Ciudad Juárez, representa o Papa Francisco com batina branca e uma pomba na mão, que não se sabe bem se está alçando voo ou se está pousando nela. Contudo, o significado simbólico é muito claro: uma mão conciliadora sempre estendida para os governantes do país limítrofe e um corpo que protege os mexicanos da fúria do poderoso vizinho, se o raminho de oliveira não puder aplacá-lo.

A reportagem é de Alver Metalli, publicada por Tierras de América, 01-03-2017. A tradução é do Cepat.

No entanto, esse segundo significado é o que, no atual momento, predomina na Igreja mexicana, ao menos a que reconhece como porta-voz o cardeal de Ciudad de México, dom Rivera y Damas. “Donald Trump ameaçou como candidato e agora o cumpre como Presidente dos Estados Unidos”, começa dizendo o editorial do semanário Desde la Fe, no número que acaba de surgir. E na continuação enumera os efeitos do programa eleitoral que está colocando em prática: “os mexicanos indocumentados, todos, sem exceção, serão deportados. Não só aqueles que têm algum antecedente criminal – o que poderia ser compreensível -, mas qualquer um que tenha ingressado sem documentos, não importa se é um trabalhador exemplar, se paga seus impostos e faz parte do desenvolvimento desse país”. “Todos serão tratados como criminosos e devolvidos ao México”, destaca o semanário, mas não só isso, também serão devolvidos a esse país os imigrantes não mexicanos, os centro-americanos, “que tenham cruzado a fronteira por nosso território”.

A revista da diocese de Ciudad de México, a maior do país e uma das maiores do mundo, utiliza uma linguagem incomumente dura que talvez se antecipe ao tom interlocutório que a diplomacia vaticana ainda utiliza. Áspera também com a frente interna, onde se acusa o governo de Enrique Peña Nieto de “covardia”, “submissão” e incapacidade para enfrentar uma ofensiva que ameaça arrasar com tudo. Neste sentido, a revista destaca que na diplomacia mexicana “é preciso perícia, experiência, não aprendizes”, em uma clara referência ao chanceler mexicano Luis Videgaray, que no momento de assumir o cargo admitiu que tinha muito a aprender em política exterior.

Os partidos políticos mexicanos não se salvam dos dardos de Desde la Fe. “Enquanto os partidos políticos e os altos funcionários recebem imoralmente milhares de milhões de pesos e o governo gasta de forma irresponsável milhões em sua falida publicidade, apenas oferecem, sem fazer chegar os recursos aos consulados, algumas migalhas – 1 bilhão de pesos – para atender esta emergência humanitária. Isso é o que valem para o governo todos os mexicanos que anualmente enviam quase 30 bilhões de dólares para aliviar a miséria de incontáveis famílias, para as quais nossa classe política não foi capaz de oferecer um desenvolvimento digno”.

A palavra “terrorismo” aparece três vezes no artigo editorial de Desde la Fe, a última ao final, quando afirma que “se sente falta não só da solidariedade nacional, como também da solidariedade internacional para colocar um freio ao racismo, ao ódio e ao terrorismo do indigno presidente norte-americano”.

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