La Civiltà Cattolica, nº 4000: "Presente nas mudanças em curso, com um catolicismo claro, mas não tribal"

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10 Fevereiro 2017

A revista cultural mais antiga da Itália festeja com um número especial e um volume comemorativo, mas olha também para o futuro, ampliando o seu horizonte internacional.

A nota é do sítio da revista La Civiltà Cattolica, 08-02-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Quatro mil cadernos, cinco línguas. No dia 11 de fevereiro de 2017, será lançado com uma veste gráfica especial e uma surpresa na capa o número 4.000 da revista La Civiltà Cattolica. Nascida no dia 5 de abril de 1850, a Civiltà Cattolica é praticamente única na história das revistas culturais. O periódico dirigido pelo Pe. Antonio Spadaro celebrou o evento, em primeiro lugar, com uma audiência concedida pelo Santo Padre ao Colégio dos Escritores e aos colaboradores da revista na manhã do dia 9 de fevereiro. Antes de Francisco, os mil números anteriores tinham sido celebrados por Leão XIII (1892), Pio XI (1933) e Paulo VI (1975).

Nada menos do que 12 pontífices dirigiram mensagens e discursos diretamente aos padres escritores da revista ao longo dos anos. Nesta ocasião, eles são publicados pela primeira vez em Il coraggio e l’audacia. Da Pio IX a Francesco [A coragem e a audácia. De Pio IX a Francisco], um livro da editora Rizzoli, acompanhado por uma rica introdução histórica.

Edição 4.000 da revista La Civiltà Cattolica, com dedicatória do Papa Francisco, que diz: “Felicitações a ‘La Civiltà Cattolica’, revista única no seu gênero pelo seu serviço à Sé Apostólica. Que ela possa continuar sendo uma revista ponte, de fronteira e de discernimento. Francisco”.

No dia 11 de fevereiro, também serão publicadas – uma novidade absoluta na história da revista – quatro edições mensais em espanhol (apresentada no dia 9 de fevereiro, na Embaixada da Espanha junto à Santa Sé), inglês (apresentada no dia 28 de fevereiro, às 18h30, na residência da Embaixadora do Reino Unido junto à Santa Sé), francês e coreano.

O fascículo 4.000 será apresentado na sede da revista, na Via di Porta Pinciana 1, no sábado, 18 de fevereiro, às 18 horas, com uma mesa redonda na qual participarão Giuliano Amato, Emma Fattorini e Andrea Riccardi. Seguirão nos próximos meses outras iniciativas comemorativas.

A tradição floresce: a dimensão internacional da revista

“A tradição floresce, implica um crescimento.” Assim disse o Papa Francisco na conversa com o Pe. Spadaro, publicada no livro Nei tuoi occhi è la mia parola [Nos teus olhos está a minha palavra]. A revista – escrita desde sempre apenas por jesuítas – viveu uma grande renovação na veste gráfica ainda em 2011 e, em seguida, uma sucessão de inovações ligadas à sua presença digital.

Os escritores, enquanto isso, cresceram em número e proveniência geográfica e cultural. A tudo isso, une-se hoje uma novidade absoluta: o lançamento das edições da revista em francês (Parole et Silence), inglês (Union of Catholic Asian News), espanhol (Herder) e coreano (editada pela província coreana dos jesuítas). A dimensão plurilinguística não deixará inalterada a própria identidade da revista, justamente porque, tendo leitores em outras línguas, as instâncias de outros países e culturas começarão a fazer parte do seu coração como nunca antes.

Uma relação de confiança com o papa: desafio, e não mérito

A Civiltà Cattolica também é conhecida pela sua “sintonia” especial com a Sé Apostólica. Uma relação conservada ao longo dos anos, e que todos aqueles que se sucederam na cátedra de Pedro desde 1850 reconheceram como “característica essencial desta revista”.

No editorial do fascículo 3.000 (1975), encontram-se palavras que ressoam ainda hoje de grande atualidade: “Parece-nos que essa característica de absoluta fidelidade ao papa deve ser hoje particularmente sublinhada, não tanto como um mérito, mas sim como um compromisso da Civiltà Cattolica. Diante de ataques cada vez mais violentos contra a pessoa e o ensinamento do papa, até mesmo por parte de alguns católicos; diante das tentativas de minimizar e de reduzir a pouca coisa, senão até a negar o primado e o magistério do Pontífice Romano...”.

Um catolicismo claro, mas não tribal

Hoje, a tentação forte é a de cerrar fileiras e de opor ao caos percebido a resposta de um catolicismo intransigente e identitário. O Papa Francisco, em 2013, em vez disso, relançou e enriqueceu de significado a missão da revista, sintetizando-a com três palavras-chave: diálogo, discernimento, fronteira.

Para a Civiltà Cattolica, essas três palavras se tornaram um programa a ser posto em prática com fidelidade e atenção. No editorial do primeiro fascículo de 1850, afirma-se: “Uma Civilização Católica não seria católica, isto é, universal, se não pudesse se compor com qualquer forma de coisa pública”. Os jesuítas escritores acreditam que isso é verdade ainda hoje.

O caderno de número 4.000 foi antecipado nessa quinta-feira e está disponível no site da revista (www.laciviltacattolica.it), com amplos resumos dos artigos e o editorial na íntegra.

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