Venezuelanos atravessam a fronteira com a Colômbia para comprar alimentos

Mais Lidos

  • “Os israelenses nunca terão verdadeira segurança, enquanto os palestinos não a tiverem”. Entrevista com Antony Loewenstein

    LER MAIS
  • Golpe de 1964 completa 60 anos insepulto. Entrevista com Dênis de Moraes

    LER MAIS
  • “Guerra nuclear preventiva” é a doutrina oficial dos Estados Unidos: uma visão histórica de seu belicismo. Artigo de Michel Chossudovsky

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

12 Julho 2016

Dezenas de milhares de venezuelanos cruzaram a fronteira com a Colômbia neste domingo, 10-07-2016, para comprar produtos básicos e remédios. A passagem foi permitida pelo governo do presidente Nicolás Maduro. Os venezuelanos atravessaram a fronteira do estado de Táchira, no oeste do país, rumo ao estado de Norte de Santander, na Colômbia.

Nesse ponto da fronteira, delimitada por um rio, o acesso é feito por pontes. Três delas foram abertas, e pedestres puderam cruzá-las. A fronteira permaneceu aberta por 12 horas, entre as 6 horas da manhã e as 6 horas da tarde.

Em meio a uma grave crise econômica, a Venezuela passa por problemas de abastecimento de alimentos, produtos de higiene e medicamentos. Os venezuelanos precisam passar horas em filas em supermercados para adquirir esses produtos básicos.

Foto: Telesur

“Falsa crise humanitária”

Na última terça-feira, 05-07-2016, um grupo de centenas de mulheres havia conseguido superar o bloqueio militar e forçar a passagem por uma das pontes. O governador do estado de Táchira, José Vielma Mora, que é aliado de Maduro, declarou por meio de seu Twitter que seria montado um “show midiático” sob o argumento de “uma falsa crise humanitária”. O governo rechaça essa versão, dos opositores, de que há uma crise humanitária na Venezuela. De acordo com o discurso oficial, a abertura se deu para evitar que, novamente, um grupo forçasse a passagem pela ponte, o que poderia acarretar conflitos.

{youtube}Exa54MBNGrw{/youtube}

A fronteira com a Colômbia

O governo de Maduro fechou a fronteira em agosto de 2015, alegando que ela permitia a ação de contrabandistas. É a primeira vez desde então que se permite a sua abertura. O ato é significativo porque o fechamento causou a expulsão de centenas de colombianos da Venezuela e uma crise diplomática com o país vizinho.

Como afirmou o padre jesuíta Francisco de Roux, em entrevista à IHU On-Line, “a fronteira é uma localidade de muito intercâmbio de gasolina, que vem da Venezuela muito barata e outros produtos que são subsidiados pelo governo venezuelano e que são vendidos na Colômbia”. Assim, faz-se agora o sentido inverso: se antes eram os colombianos que atravessavam a fronteira, agora são os venezuelanos que se deslocam para o país vizinho.

O petróleo e a economia venezuelana

A escassez de alimentos e remédios é a face mais visível de uma crise econômica que também inclui forte inflação e desvalorização cambial. Desde 2014, a oposição vem organizando protestos contra o governo de Maduro, e busca atualmente convocar um recall do presidente.

A Venezuela tem sua economia atrelada ao petróleo, que responde por 95% das exportações do país. O preço de referência do barril, que chegou ao pico histórico de 147 dólares em julho de 2008, hoje está em 46,5 dólares. Assim, se por um lado os ganhos com a exportação da commodity financiaram a expansão dos gastos sociais na era de Hugo Chávez, por outro lado, o baixo preço atual dificulta a recuperação econômica.

Venezuela e Mercosul

Enquanto os holofotes se voltam para a questão fronteiriça entre Venezuela e Colômbia, no Uruguai a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, informou que nos próximos dias deve haver a transferência da presidência do Mercosul para a Venezuela. "Qualquer coisa diferente nos colocaria em uma violação dos tratados constitutivos do Mercosul”, afirmou a chanceler. Brasil e Paraguai são contrários à passagem da presidência para a Venezuela. Esses países alegam que o governo de Nicolás Maduro não tem seguido princípios democráticos e, por isso, não poderia presidir o Mercosul.

Por João Flores da Cunha / IHU – Com agências

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Venezuelanos atravessam a fronteira com a Colômbia para comprar alimentos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU