Pedofilia. O cardeal Vingt-Trois pede às vítimas de padre Anatrella, psicanalista e conselheiro no Vaticano, para que apresentem uma denúncia contra ele

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Por: André | 18 Mai 2016

Um homem acusa o padre Tony Anatrella, psicanalista e conselheiro no Vaticano, de tê-lo violentado sexualmente. Um padre que pode ter feito outras vítimas.

A reportagem é publicada por BFMTV, 14-05-2016. A tradução é de André Langer.

Ele garante que não pode agir por si só. O arcebispo de Paris, o cardeal André Vingt-Trois, encoraja aqueles que acreditam ter sido vítimas de abusos sexuais por parte de Tony Anatrella para que apresentem uma denúncia contra o prelado, indicou sua diocese em um comunicado publicado na última sexta-feira.

“Não podendo agir com base em declarações anônimas e indiretas, o cardeal pediu a esse padre para que encorajasse essas pessoas para que façam contato pessoalmente e apresentem uma denúncia contra o sacerdote”, destaca o comunicado.

Muitos meios de comunicação fizeram recentemente novas acusações contra esse padre da diocese de Paris, enquanto os casos de pedofilia e de agressões sexuais minam a Igreja da França há semanas. Segundo o Mediapart, um homem o acusa de tê-lo feito frequentar o seu consultório parisiense durante 14 anos, até 2011, uma “estranha terapia, que se encaminhou progressivamente para toques ‘através das roupas ou na pele’ e masturbações”.

O padre Anatrella já foi acusado

Em um comunicado divulgado na sexta-feira, o cardeal Vingt-Trois indica ter recebido através de um padre “o testemunho escrito, mas anônimo, de um paciente maior de idade do Padre Anatrella”. Convidado para um encontro com o juiz eclesiástico da diocese, “esta pessoa não aceitou”, revela o arcebispo. No final de abril, um outro padre parisiense encontrou o cardeal Vingt-Trois “dizendo conhecer o testemunho de outras pessoas”, de acordo com a diocese.

O Pe. Anatrella já foi acusado por carícias sexuais em 2006, processo que foi arquivado pelo Ministério Público de Paris no ano seguinte, recorda a diocese. O arcebispo de Paris reuniu, na sexta-feira, o seu “conselho presbiteral” para assuntos relacionados à pedofilia, para decidir como colocar em prática as medidas de luta contra os abusos sexuais anunciadas pela Conferência dos Bispos da França no dia 12 de abril.

Próximo da Manif pour tous

Apresentando-se como “psicanalista” e “especialista em psiquiatria social”, Tony Anatrella, de 75 anos, que mesmo não sendo bispo beneficia-se do título de monsenhor, é um prelado influente até mesmo em Roma, onde é consultor do Pontifício Conselho para a Família. Também é o encarregado da missão sobre drogas e toxicomania junto ao Pontifício Conselho para a Pastoral dos Serviços de Saúde.

Personagem influente, às vezes chamado de “analista da Igreja” e considerado como um especialista em adolescência, Tony Anatrella está vinculado à redação da brochura da Conferência dos Bispos da FrançaLutar contra a pedofilia”, publicada em 2003 e reeditada em 2010.

Próximo da Manif pour tous nesses últimos anos, ele descreveu a homossexualidade como “uma forma de imaturidade funcional da sexualidade humana”. Ele foi considerado um dos inspiradores, em 2006, da instrução do Vaticano que convida para descartar os candidatos ao sacerdócio que apresentassem uma orientação homossexual.

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