Pesticida neonicotinoide reduz as chances de uma abelha rainha começar uma nova colônia

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19 Agosto 2017

As abelhas são menos capazes de iniciar as colônias quando expostas a um pesticida neonicotinoide comum, o que pode levar a colapsos em populações de abelhas selvagens, de acordo com uma nova pesquisa, publicada em Nature Ecology & Evolution.

A reportagem é de Royal Holloway, publicada por Universidade de Londres e reproduzida por EcoDebate, 18-08-2017. A Tradução e a edição é de Henrique Cortez.

Pesquisadores da Royal Holloway, da Universidade de Londres e da Universidade de Guelph, descobriram que a exposição ao tiametoxame, um pesticida comum, reduziu as chances de uma abelha rainha começar uma nova colônia em mais de 1/4. Com base em estudos de campo, os pesquisadores usaram modelos matemáticos de populações de abelhas, que mostraram que a exposição ao tiametoxame aumentou significativamente a probabilidade de que as populações de abelhas selvagens se extinguissem.

“As rainhas expostas ao pesticida tinham 26% menos probabilidades de colocar ovos para começar uma colônia”, disse a Dra. Gemma Baron, da Faculdade de Ciências Biológicas da Royal Holloway. “Criar novas colônias de abelhas é vital para a sobrevivência – se as rainhas não produzem ovos ou iniciam novas colônias, é possível que as abelhas selvagens possam desaparecer completamente”.

Os pesticidas neonicotinoides podem impedir que as abelhas formem novas colônias

“Usamos modelos matemáticos para mostrar que essa redução na fundação de colônias é uma ameaça muito real para a sobrevivência de populações de abelhas selvagens”, disse o professor Vincent Jansen, também da Royal Holloway. “Os neonicotinoides são a classe de pesticidas mais utilizada no mundo. É vital que entendamos os efeitos desses pesticidas na nossa vida selvagem, antes de permitir o uso continuado deles“.

A UE emitiu uma proibição temporária sobre o uso de tiametoxame, bem como outros dois pesticidas neonicotinoides. Os neonicotinoides têm sido implicados no declínio das abelhas, borboletas e outras espécies polinizadoras e, atualmente, há um debate global sobre o uso deles.

O professor Nigel Raine, da Universidade de Guelph, comentou: “Esta pesquisa mostra que esses pesticidas podem ter um efeito devastador sobre as abelhas, e precisamos urgentemente saber mais sobre como os pesticidas podem afetar outras espécies”.

Abelhas rainhas já enfrentam uma tarefa extremamente desafiadora ao tentar iniciar novas colônias. Elas devem primeiro sobreviver ao inverno, o que pode levá-las a perder até 80% de suas reservas de gordura e, em seguida, superar as ameaças colocadas por parasitas, predadores, mau tempo e falta de recursos. Os impactos adicionais dos pesticidas neonicotinoides podem ser devastadores.

O professor Mark Brown, também de Royal Holloway, diz: “Nosso trabalho é um grande passo em frente para entender como os pesticidas podem afetar abelhas e outras espécies polinizadoras”.

Referência:

Pesticide reduces bumblebee colony initiation and increases probability of population extinction Gemma L. Baron, Vincent A. A. Jansen, Mark J. F. Brown & Nigel E. Raine Nature Ecology & Evolution (2017) doi:10.1038/s41559-017-0260-1 

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