Grupo do Reino Unido promove discussão católica sobre direitos dos animais

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02 Março 2017

A Catholic Concern for Animals, grupo que visa conscientizar o mundo católico e o mundo em geral sobre bem-estar animal, com sede no Reino Unido, já foi elogiado pelo Papa Paulo VI por praticar um "amor generoso que é um importante fruto da caridade cristã".

Nota do editor: fundado em 1929, o grupo do Reino Unido Catholic Concern for Animals está entre os principais defensores dos direitos animais do catolicismo e também é membro-fundador da Catholic Concern for Animals. Recentemente o colaborador da Crux Charles Camosy falou com Chris Fegan, Chefe do Executivo do grupo.

A entrevista é de Charles C. Camosy, publicada por Crux, 26-02-2017. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

Eis a entrevista.

Conte-nos um pouco sobre a história da Catholic Concern for Animals. Há quanto tempo a organização vem trabalhando?

O nome original da Catholic Concern for Animals era Catholic Study Circle for Animal Welfare (Círculo Católico de Estudos do Bem-Estar Animal) e já existe desde o início do século XX.

A Catholic Concern for Animals então teve início, composta por católicos envolvidos com a questão do sofrimento animal e dos vários esforços para diminui-lo e aliviá-lo que sentiram a necessidade de um foco maior neste assunto entre os católicos da Grã Bretanha.

A primeira reunião foi realizada em novembro de 1929, presidida pelo reverendo W. N. Roche, Reitor da Igreja do Santo Rosário, Marylebone. Cerca de quinze pessoas estavam presentes. A reunião ocupou-se principalmente da possibilidade de abrir uma Sociedade Católica de bondade para com os animais.

Assim, uma segunda reunião aconteceu em 17 de dezembro de 1929 e outra em 28 de fevereiro de 1930, quando nomeou-se uma comissão provisória.

O objetivo da sociedade proposta era: "harmonizar as nossas relações com as criaturas de Deus com a Sua vontade e propósito para eles e para nós. Tentar aprender a maneira como Deus gostaria que pensássemos e tratássemos suas criaturas com as Escrituras Sagradas, o exemplo dos Santos, as regras e os costumes da Igreja."

É importante observar que a nova organização estava sendo construída com base no trabalho do Cardeal John Henry Newman e do Cardeal Henry Manning, devido ao seu papel ativo na proteção aos animais, na Grã-Bretanha, durante o final do século XIX.

Qual é a sua luta atualmente enquanto organização? No que estão se concentrando?

A CCA é uma instituição de caridade educacional e nossa missão atual não é muito diferente da que foi estabelecida na reunião de 1930. É o seguinte: "a CCA tem papel ativo na promoção do bem-estar dos animais e em questões afins em todo o mundo católico e na educação de todos os católicos (e outros) a respeito dos dogmas e da prática católica sobre o bem-estar animal e a compaixão, de acordo com documentos como a encíclica Laudato Si', do Papa Francisco. A CCA faz isso através de vários meios, como a Revista ARK e as mídias sociais."

Mantivemos-nos ligados aos nossos princípios fundadores, mas atualmente trabalhamos em todo o mundo - e, em nossos primórdios, atuávamos no Reino Unido - e usamos tecnologia moderna para tentar atingir e educar o 1,4 bilhão de católicos do mundo todo sobre a questão do bem-estar animal, bem como métodos mais tradicionais.

Pelo que percebo de meus estudantes e outros jovens que encontro, eles são muito abertos à questão da proteção dos animais, mesmo que em outros assuntos tendam a ser um pouco mais conservadores ou tradicionais. Qual é a sua experiência?

Realmente, os jovens estão abertos a questões de bem-estar/proteção/ direitos dos animais e, claro, o que considerado tradicional ou "conservador" varia de país para país e jurisdição para jurisdição.

O que muitas vezes eu percebo é que católicos de todas as idades, jovens e idosos, frequentemente desconhecem a forte tradição sobre o bem-estar animal da Igreja Católica, à qual pertencem. Por exemplo, eles já ouviram falar sobre São Francisco e sabem vagamente que ele amava os animais, mas muitas vezes param por aí.

Cabe ao CCA preencher essa lacuna no conhecimento e chamar a atenção para a rica trama desta área na história da Igreja. Isto inclui as vidas dos santos com os animais, como São Francisco, que é importante, assim como o ensino formal da Igreja, como o Laudato Si'.

Como as autoridades católicas reagiram ao seu trabalho?

Como mencionei, nosso grupo formou-se pelo trabalho com a questão dos animais de figuras importantes da Igreja Católica, como Newman e Manning, e atualmente estamos intimamente ligados às autoridades do clero.

O Arcebispo Malcolm McMahon de Liverpool é Presidente da CCA e nós trabalhamos com o alto clero em todo o mundo.
Por exemplo, recentemente, tive uma reunião muito produtiva com o Arcebispo de Goa e outras autoridades, na Índia, sobre como podemos trabalhar juntos pela proteção e o bem-estar animal no país. Temos uma relação semelhante com autoridades religiosas no mundo todo. Construímos e intensificamos nossa conexão com o clero em todos os níveis e países regularmente.

Tivemos o apoio da alta hierarquia da Igreja Católica e, em 1967, uma delegação teve a honra de ser recebida pelo Papa Paulo VI, quando ele elogiou o nosso trabalho: "seus nobres objetivos refletem de forma muito bonita o amor generoso que é fruto importante da caridade cristã" e o que pretendem realizar "está de acordo com os objetivos de Deus ao criar o mundo".

Este apoio do pontífice ao trabalho da CCA é de grande importância e sua última citação, principalmente, ressoa em nosso trabalho continuamente até hoje.

Como os leitores da Crux podem saber mais sobre e/ou apoiar a Catholic Concern for Animals?

Os leitores da Crux podem saber mais sobre a CCA no nosso website e também podem seguir a nossa página no Facebook e o nosso Twitter (@catholicanimal). E também podem se associar ao CCA de qualquer lugar do mundo e nos contatar através do Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Nosso pacote de adesão inclui a assinatura da nossa revista a todos os membros do CCA, que também pode ser disponibilizada em PDF por e-mail.

Estamos sempre precisando de fundos para apoiar e continuar nosso trabalho, é claro, como qualquer instituição de caridade, e somos sempre muito gratos por doações em apoio ao nosso trabalho. As doações também podem ser feitas através do nosso site ou contatando-me diretamente.

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