Trump promete expulsar dois a três milhões de imigrantes "imediatamente"

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14 Novembro 2016

Donald Trump está preparado para expulsar imediatamente dos Estados Unidos dois a três milhões de imigrantes sem documentos. A revelação foi feita pelo Presidente eleito dos EUA, numa entrevista que vai ser emitida neste domingo pela CBS News.

A reportagem é de Clara Barata, publicada por Público, 13-11-2016.

O Presidente-eleito norte-americano diz ainda que o muro que pretende construir na fronteira com o México pode ser parcialmente uma vedação, como foi sugerido por alguns congressistas republicanos. "Em algumas áreas sim, mas noutras é mais apropriado construir um muro", afirmou Trump, ao programa 60 Minutes. "Sou bom nesta área, chama-se construção", disse o empresário do setor do imobiliário e construção civil, citado pela CBS News.

Longas extensões da fronteira dos EUA com o México, que tem mais de 3200 km, já estão demarcadas com uma vedação. O projeto de construir um muro, ou vedação, para fechar a fronteira entre os dois países para travar a imigração ilegal não nasceu com Trump: tem muitos anos, mas pô-lo em prática tem-se mostrado difícil e caro.

Milhões de dólares por milha

Muitos dos terrenos atravessados pela fronteira são propriedade privada, terras agrícolas ou reservas naturais. E parte fica na planície de cheia do Rio Grande, onde vários tratados entre o México e os EUA impedem que sejam erguidas quaisquer construções.

O preço para construir este muro na fronteira tem sido estimado entre 400 mil dólares e 15 milhões de dólares por milha (1,609 metros), diz o jornal britânico The Guardian. Alguns segmentos do muro mais recentes, construídos em 2008, foram ainda mais caros: a sua construção custou 6,5 mihões de dólares por milha.

Newt Gingrich, o antigo speaker republicano da Câmara dos Representantes e agora próximo de Donald Trump, citado como um dos nomes possíveis para ocupar o posto de secretário de Estado, sugeriu que o muro não seria pago pelo México. Essa ideia foi uma "super ferramenta de campanha", disse.

Trump chegou a ameaçar taxar as remessas dos imigrantes mexicanos, o dinheiro que mandam para casa, para financiar a construção do muro entre os EUA e o México para controlar a imigração.

Quanto aos cerca de 11 milhões de migrantes que vivem nos Estados Unidos sem documentos de residência legais - e que foram parte central da sua campanha para a presidência - prometeu agir rapidamente contra os que tiverem cadastro, contra os que chamou de "bad hombres".

"O que vamos fazer é apanhar as que tenham registro criminal, os membros de gangues, os traficantes de droga. Provavelmente dois milhões, podem ser até três milhões, destas pessoas vão ser deportadas, ou presas", afirmou. "Vamos tirá-las do nosso país, estão cá ilegalmente", prometeu.

"Depois de a fronteira ficar segura", disse, "os serviços de imigração vão começar a determinar" o que fazer com os restantes imigrantes sem documentos que estão nos EUA. "É muito importante, vamos garantir a segurança da nossa fronteira".

Estas declarações de Trump chocam com as feitas neste domingo por Paul Ryan, o atual speaker da Câmara dos Representantes. "No Congresso não estamos a planear criar uma força de deportação. Donald Trump não está a planear isso", garantiu Trump. Mas Ryan e o Presidente eleito nunca foram próximos - desavindos é uma palavra mais adequada para definir a relação entre ambos, na verdade.

"Devemos acalmar as pessoas: não é nisso que nos estamos a concentrar", disse Ryan no programa State of the Union, na CNN, respondendo a uma questão sobre a eventual deportação de imigrantes sem documentos. "O nosso foco é defender a fronteira".

Noutra televisão, desta feita a Fox News, comprometida com a direita norte-americana, Kellyanne Conway, a diretora de campanha de Donald Trump, rompeu também com a (aparente) disposição conciliadora do Presidente-eleito, afirmando que o Obamacare, o programa universal de cuidados de saúde aprovado durante o primeiro mandato de Barack Obama, seria pura e simplesmente "revogado".

No sábado, numa entrevista ao Wall Street Journal, o multimilionário eleito Presidente tinha admitido que poderia preservar uma parte do Obamacare: a possibilidade de os pais estenderem a cobertura do seu seguro aos filhos até estes terem 26 anos e a interdição às seguradoras de negar cobertura de saúde às pessoas que tenham problemas de saúde pré-existentes.

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