Brasil ratificará acordo do clima na segunda

Mais Lidos

  • O Novo Ensino Médio e as novas desigualdades. Artigo de Roberto Rafael Dias da Silva

    LER MAIS
  • Elon Musk e o “fardo do nerd branco”

    LER MAIS
  • “Um Netanyahu em plena fuga para a frente vai responder ao Irã, e apenas os EUA podem evitar o pior”

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

29 Agosto 2016

Temer entregará promulgação oficialmente às Nações Unidas na terça-feira; país se antecipa a China e EUA e se tornará o primeiro grande emissor a transformar tratado de Paris em lei.

O presidente interino, Michel Temer, ratificará o Acordo de Paris na próxima segunda-feira (29), em cerimônia no Palácio do Planalto. A deposição do instrumento de ratificação do Brasil na Convenção do Clima da ONU é esperada para o dia seguinte.

A reportagem é publicada por Observatório do clima, 24-08-2016.

Isso tornará o Brasil o primeiro grande emissor de gases de efeito estufa a ratificar o acordo do clima. O ato significa que as provisões do tratado – entre elas o objetivo de limitar a elevação da temperatura global em bem menos de 2oC em relação à era pré-industrial – passarão a ser lei no país.

O objetivo do governo é se adiantar a outros grandes poluidores, como China e EUA, que também já haviam se comprometido a ratificar até setembro. No dia 21, durante a Assembleia Geral da ONU, o secretário-geral Ban Ki-moon organizará um evento especial para os países depositarem seus instrumentos de ratificação.

Segundo fontes do Executivo, o governo brasileiro já começou a desenhar o plano de implementação de sua meta climática, a INDC (Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida). Após a ratificação, a INDC perde o “i”: deixa de ser apenas uma promessa e passa a se tornar o compromisso climático formal brasileiro – NDC.

A ideia é que a NDC seja implementada a partir de 2017. Ela prevê um corte de 37% nas emissões do país em 2025 relação aos níveis de 2005. Para isso, o governo elencou uma série de políticas, como a restauração de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas, o reflorestamento de 12 milhões de hectares e o fim do desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.

“O Brasil assume papel de protagonista na implementação do Acordo de Paris ao ser o primeiro entre os dez maiores emissores do mundo a ratificá-lo”, disse André Ferretti, gerente de Estratégias para a Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário e coordenador-geral do Observatório do Clima. “A mensagem é clara: não podemos esperar mais quatro anos para de tornar o acordo realidade. Se quisermos evitar os piores impactos das mudanças climáticas, é preciso agir já”, prosseguiu.

“A ratificação é um excelente sinal. Esperamos, agora, que ela venha acompanhada da necessária reorientação da economia brasileira para que o Acordo de Paris se torne realidade”, afirmou o secretário-executivo do OC, Carlos Rittl.

Antecipação

Para passar a vigorar, Paris precisa das ratificações de 55 países, que respondam por pelo menos 55% das emissões globais de gases de efeito estufa. Hoje há 23 ratificações, que no entanto cobrem apenas 1,08% das emissões.

A ratificação do Brasil, um dos dez maiores emissores de carbono do planeta, dará impulso significativo à entrada em vigor antecipada do acordo. Somente com EUA (17,89% das emissões), China (20,09%) e Brasil (2,48%) a bordo, o acordo chegaria a 41,54% das emissões globais, segundo a conta oficial de emissões da Convenção do Clima. Faltaria apenas a União Europeia (10,55% das emissões e 27 países) para chegar perto dos dois critérios (seriam 52 países e 52,09% das emissões). No entanto, o calendário de ratificação da UE deve ser mais lento pelo número de países – cada um tem de aprovar o acordo no próprio Parlamento antes.

A ONG Climate Analytics divulgou neste mês uma previsão de que, a contar pelas declarações oficiais de outros países médios emissores, como Argentina, Canadá e Austrália, o número de adesões chegaria a 57 países e 57,88% das emissões em 2016. Em tese, isso permitiria a entrada em vigor já neste ano, quatro anos antes do prazo oficial, que é 2020. (Observatório do Clima/ #Envolverde)

Leia mais...

Gases do efeito estufa alcançam novo recorde

2016, o primeiro ano da Economia do Acordo de Paris

Assinatura do Acordo de Paris marca nova fase no combate às mudanças climáticas

Acordo de Paris não conseguirá conter aumento da temperatura, alertam cientistas

Acordo de Paris sobre o clima é aprovado pelo Plenário e vai à promulgação

Responsabilidade por clima ainda divide reunião da ONU

EUA e China acertam corte de emissões de gases-estufa

COP21: Dá para acreditar nas metas do Brasil

Hidrelétricas na Amazônia podem emitir mais gases de efeito estufa que usinas a carvão, óleo e gás

A mudança climática pode nos deixar sem Jogos Olímpicos no futuro próximo

O futuro é agora – A necessidade de se discutir as adaptações diante das mudanças climáticas Revista IHU ON-Line N° 443

Aquecimento global e emissão de gases do efeito estufa alcançam níveis recordes

Aquecimento global e emissão de gases do efeito estufa alcançam níveis recordes

Efeito estufa, controvérsias e caminhos

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Brasil ratificará acordo do clima na segunda - Instituto Humanitas Unisinos - IHU