Nova direção da CNBB: mais jovem, representativa e democrática

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18 Mai 2011

No último dia 9 de maio, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB realizou a sua 49ª Assembleia Geral, em Aparecida, São Paulo.

José Oscar Beozzo, teólogo, historiador da Igreja e coordenador-geral do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular - Cesep, enviou à IHU On-Line alguns pontos de destaque a respeito dos participantes da assembleia, analisando-os à luz dos encontros realizados anteriormente.

E afirma: "A nova direção tornou-se mais jovem e mais representativa da diversidade regional do país".

No encontro, os bispos reunidos elegeram a sua nova presidência, que ficou assim configurada:

  • Presidente: Dom Raymundo Damasceno Assis (MG) – Cardeal Arcebispo de Aparecida, SP
  • Vice-presidente: Dom José Belisário da Silva, OFM  (MG) – Arcebispo de São Luís, MA
  • Secretário-geral: Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM  (SC) – Bispo prelado de São Félix do Araguaia, MT

De acordo com as análises de Beozzo, em comparação com a presidência de 2007-2010, a nova direção contará com dois membros a mais, totalizando 16 prelados. Em termos de idade, a maioria dos prelados é da década de 1950 (oito) e 1940 (seis). Do total, 11 são diocesanos.

Eis a análise.

Regionais

Em relação à anterior presidência e Conselho Episcopal Pastoral - Consep, houve sensível melhoria na melhor distribuição da representação regional: de 7 subiram para 11 os regionais representados, enquanto os ausentes diminuíram de 10 para 6.

Quebrou-se a antiga preponderância de São Paulo, pois de 4 postos, ficou com apenas 1, enquanto Minas Gerais conservou os 3 lugares que detinha anteriormente.

Sozinhos, São Paulo (Regional Sul 1) e Minas Gerais (Leste 2) detinham 50% (7 de 14) dos integrantes da precedente direção da CNBB. Minas Gerais, com três representantes, ficou com a maior representação. Esta se encontra ainda ampliada pelo fato de terem nascidos em Minas Gerais três outros bispos: o vice-presidente, arcebispo de São Luís - MA, Dom José Belizário da Silva, OFM, assim como o presidente, Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida - SP, e o novo arcebispo de Campo Grande - MS, Dom Dimas Lara Barbosa. Cerca de 40% da nova direção são de bispos trabalhando em Minas Gerais ou de mineiros servindo noutros Estados.

Notável a mudança ocorrida em relação com o Nordeste que, de nenhum representante, saltou para cinco. Era gritante o fato de que o Nordeste todo – com cinco regionais, cobrindo nove estados e contando com 73 dioceses – não tivesse nenhum representante na direção anterior da CNBB.

Igualmente digna de nota a alteração ocorrida com os dois regionais do Oeste que, de nenhum representante, subiram para cinco. Deste modo, esses dois regionais, que estavam ausentes da anterior direção, contam agora com oito representantes na nova direção. Isso representa metade dela, pois, com a inclusão das duas novas comissões (Juventude e Comunicação), a composição da direção da CNBB aumentou de 14 para 16 integrantes.

Em contraposição, na presidência anterior, era igualmente gritante a ausência das regiões Oeste (Regional Oeste 1, Mato Grosso do Sul, com seis dioceses, e 2, Mato Grosso, com 10 dioceses e prelazias) e Noroeste do país (Regional Noroeste, com 7 dioceses), a região de maior dinamismo demográfico e econômico na última década.

As duas novas comissões ficaram com o Oeste 1 e, mais precisamente, com a Arquidiocese de Campo Grande - MS, pois os dois titulares são de lá: o novo arcebispo local, Dom Dimas Lara Barbosa, com a Comissão de Comunicação, e Dom Eduardo Pinheiro da Silva, SDB, seu bispo auxiliar, com a Comissão da Juventude.

Fato inusitado na história da CNBB é que o Leste 1, o Rio de Janeiro, antiga sede da entidade, não teve nenhum dos seus bispos eleitos para cargos de responsabilidade.

Religiosos

Embora continuassem sendo cinco os religiosos escolhidos, sua proporção diminuiu, visto que o número de comissões passou de 10 para 12 e, do total da direção, de 14 para 16.

O número de ordens e congregações, que era de cinco na presidência anterior, diminuiu para três, pois os franciscanos, ausentes na anterior direção, são agora três. As duas outras congregações com representantes eleitos – ao lado dos franciscanos (OFM) – foram a dos Missionários da Sagrada Família (MFS) e a dos salesianos (SDB). Na atual presidência, dois dos três postos são ocupados por franciscanos: a vice-presidência e a secretaria-geral.

Nacionalidade

Na anterior direção, havia apenas um bispo nascido fora do Brasil, Dom Eugênio Rixen, da Bélgica. Na atual, ao contrário, são três os bispos nascidos no exterior, todos na Itália: Dom Franceso Biasin, Dom Armando Bucciol, Dom João Carlos Petrini.

Arcebispos e bispos

Do total dos 16 eleitos, nove são bispos e sete arcebispos, um dos quais cardeal.

O número de bispos (nove) superou o de arcebispos (sete), o que dá um caráter mais democrático ao conjunto, mas, ao mesmo tempo, um cardeal, ausente da anterior direção, voltou a ser eleito para a presidência. Na presidência anterior, o grupo estava repartido igualmente entre bispos (sete) e arcebispos (sete), sem nenhum cardeal.

Idade

Houve uma diminuição da idade média, ficando o grupo mais numeroso para os bispos nascidos na década de 1950, metade do conjunto (oito) mais um nascido na década de 1960, seis na década de 1940, e um na década de 1930, em vez de dois da anterior direção.

De modo geral, pode-se dizer que a nova direção tornou-se mais jovem e mais representativa em relação à diversidade regional do país.

Diversidade regional

Seu peso maior deslocou-se para o Nordeste, o Oeste e o Centro-Oeste, ficando estes regionais com 10 dos 16 representantes, embora Minas Gerais com três bispos e outros quatro em distintas regiões do país (MS, MA, SP) dê um pouco o ar da nova identidade da direção da CNBB.

Rio de Janeiro e São Paulo encolheram notavelmente sua representação, pois, de cinco eleitos para a anterior direção, ficaram com apenas um, e este no Estado de São Paulo, com o Rio de Janeiro sem ninguém. O representante de São Paulo é, porém, nascido em Minas Gerais!

* * *

Presidência da CNBB

 

Presidente Dom Raymundo Damasceno Assis  (MG) - Cardeal arcebispo de Aparecida - SP
Vice-presidente Dom José Belisário da Silva – OFM  (MG)  - Arcebispo de São Luis - MA
Secretário-geral Dom Leonardo Ulrich Steiner OFM  (SC) - Bispo prelado de São Félix do Araguaia - MT

 

Presidentes das Comissões Episcopais de Pastoral

 

Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada

Dom Pedro Brito Guimarães (PI) - Arcebispo de Palmas - TO

Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial

Dom Sérgio Arthur Braschi (PR) - Bispo de Ponta Grossa - PR

Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação

Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães (MG) - Bispo auxiliar de Belo Horizonte -MG

Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso

Dom Francesco Biasin (Itália) - Bispo de Pesqueira - PE

Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato

Dom Severino Clasen OFM (SC) - Bispo de Araçuaí - MG

Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética

Dom Jacinto Bergmann (RS) - Arcebispo de Pelotas - RS

Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia

Dom Armando Bucciol (Itália) - Bispo de Livramento de Nossa Senhora - BA

Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé

Dom Sérgio da Rocha  (SP) - Arcebispo de Teresina - PI

Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação

Dom Dimas Lara Barbosa (MG) - Arcebispo de Campo Grande - MS

Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Justiça, da Caridade e da Paz

Dom Guilherme Antônio Werlang, MSF  (SC) -  Bispo de Ipameri - GO

Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família

Dom João Carlos Petrini (Itália) - Bispo de Camaçari – BA

Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude

Dom Eduardo Pinheiro da Silva, SDB (SP) - Bispo Auxiliar de Campo Grande - MS

Representação da CNBB junto ao CELAM

Delegado: Dom Geraldo Lyrio Rocha (ES) - Arcebispo de Mariana - MG
Suplente: Dom Luiz Demétrio Valentini  (RS) - Bispo de Jales - SP

(Por Moisés Sbardelotto)

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