Morre o general acusado de ordenar o assassinato de Ignacio Ellacuría

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02 Mai 2011

O ex-ministro da Defesa Nacional de El Salvador (1990-1993), general René Emilio Ponce, morreu às cinco horas da manhã desta segunda-feira, 2 de maio, no Hospital Militar Central, segundo confirmaram os porta-vozes das Forças Armadas de El Salvador. Ponce sofreu um aneurisma da aorta, e a ferida lhe fez entrar em coma. Ele esteve internado na unidade de cuidados intensivos coronários do Hospital Militar desde a semana pasada.

A reportagem é de Gabriel Labrador Aragón e Sergio Arauz, publicada no sítio El Faro, 02-05-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Ponce tinha grau de coronel quando era chefe Estado Maior Conjunto das Forças Armadas em novembro de 1989, momento em que o grupo guerrilheiro da FMLN [Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional] lançou uma ofensiva militar que incluiu, pela primeira vez, grandes setores da capital San Salvador.

Segundo a Comissão da Verdade, em seu relatório Da loucura à esperança, Ponce ordenou, no dia 15 de novembro, que se matasse o sacerdote Ignacio Ellacuría (foto), reitor da Universidade Centro-Americana. A ordem, segundo a Comissão da Verdade, incluiu a especificação de que a operação não devia deixar testemunhas. Como resultado, morreram assassinados seis sacerdotes jesuítas, uma empregada e uma filha desta.

Devido a esses fatos, no momento da sua morte, Ponce enfrentava um processo por crimes contra a humanidade na Espanha. A Audiência Nacional desse país promove uma ação contra 14 militares de El Salvador acusados de crimes contra a humanidade, entre eles Ponce, e também contra o ex-presidente Alfredo Cristiani, acusado de encobrir os militares envolvidos.

Ponce criou, junto com outros militares da promoção conhecida como "La Tandona", a Associação de Veteranos Militares - Asvem. A Asvem se converteu em um grupo de pressão composto por militares retirados que, segundo seus dirigentes, aglutina milhares de pessoas.

Nos últimos meses, ela se pronunciou em algumas ocasiões, advertindo sobre sua rejeição às pretensões de alguns setores de que a Lei de Anistia de 1993 seja revisada, lei que deixou Ponce e a outros a salvo de qualquer perseguição pelos crimes ocorridos durante a guerra civil salvadorenha.

Além disso, a Asvem sublinhou sua oposição ao fato de que a justiça de El Salvador colabore com a Audiência Nacional da Espanha que promove a ação contra Ponce, outros 13 militares e o ex-presidente Cristiani.

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