Mestre Geral da Ordem dos Dominicanos convoca todos os líderes mundiais e Estados membros das Nações Unidas para uma urgente ação no Iraque

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Por: André | 19 Agosto 2014

“A crise atual pode ser uma oportunidade para sair de uma mentalidade centrada apenas em ‘nossos próprios interesses nacionais’ para outra, centrada na garantia da preservação da vida e da dignidade humana de cada pessoa, independentemente da sua raça, origem étnica, religião ou qualquer outra identidade”, defende o padre Bruno Cadoré, mestre da Ordem dos Dominicanos (Ordem dos Pregadores), em carta aberta dirigida às Nações Unidas, clamando por uma ação ativa e responsável por parte dos países, com vistas a interromper a corrente de violência desatada no Iraque.

A convocatória encontra-se no sítio Orden de Predicadores, 14-08-2014. A tradução é de André Langer.

Eis a convocatória.

Excelências,

Ninguém de nós pode sentir-se indiferente diante do que está acontecendo no Iraque neste momento. O que vemos acontecer ali está clamando pela solidariedade e por uma resposta coordenada para deter a extrema violação dos direitos humanos contra as minorias indefesas que estão privadas da sua dignidade humana básica. Trata-se de uma violação do Direito Humanitário Internacional e um crime contra a humanidade. Nossos próprios irmãos e irmãs que estão entre estas pessoas e nos mantêm continuamente informados sobre sua situação aterradora. Os criminosos representam uma série ameaça não apenas para todo o povo do Iraque e todos os seus países vizinhos, mas também para todos nós, já que representam uma mentalidade e uma maneira de conceber a vida que, caso seja exitoso, atrairá muito mais adeptos, os quais poderiam colocar em perigo qualquer Estado. Embora o conflito pareça ser sobre a religião, de fato, não tem nada a ver com a religião já que Deus é um Deus da vida e não da morte.

É uma bênção para nós o fato de haver um fórum como o das Nações Unidas, onde existe o compromisso de construir um mundo harmonioso e pacífico. No entanto, muitas pessoas em situações frágeis tornam-se céticas em relação à sua ação já que seus gritos de ajuda e de proteção acabam em ouvidos surdos. A crise atual pode ser uma oportunidade para sair de uma mentalidade centrada apenas em “nossos próprios interesses nacionais” para outra, centrada na garantia da preservação da vida e da dignidade humana de cada pessoa, independentemente da sua raça, origem étnica, religião ou qualquer outra identidade.

Elogiamos os esforços daqueles países que estão respondendo às necessidades de segurança e ajuda humanitária das pessoas que fogem do Iraque. No entanto, isto ainda não é suficiente para garantir sua sobrevivência. Quando um Estado não tem a capacidade de controlar os brutais níveis de violência, em relação aos quais todos estão de acordo em que devem ser detidos (como é o caso agora no Iraque), então a comunidade internacional tem a obrigação de intervir para eliminar a capacidade de violência dos criminosos.

À luz disto, fazemos um apelo a você e a todos os Estados membros das Nações Unidas:

  • Que se avalie esta crise no Iraque hoje e se assegure o emprego imediato das unidades militares especializadas, da maior quantidade possível de países, para que se conte com a capacidade necessária para deter a limpeza étnica e setorial que se está desenvolvendo; garantir o retorno seguro dos refugiados aos seus lares; e levar os responsáveis à justiça.
  • Que se detenha o fornecimento de qualquer tipo de armas aos criminosos e se puna os que continuarem a fornecer armas.
  • Que se responda imediatamente para desarticular a crise humanitária que atualmente está se agravando.
  • Que se proteja os membros perseguidos de grupos minoritários e, de acordo com o Direito Humanitário Internacional, que se lhes conceda asilo sem demora.
  • Que se ponha em marcha imediatamente as condições para o diálogo e conversações de paz que incluam todos os setores da sociedade.

Esperamos e rezamos para que você e seus governos respondam a esta convocatória urgentemente.

Pe. Bruno Cadoré OP
Mestre da Ordem dos Dominicanos (Ordem dos Pregadores)

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