“A diplomacia deve colocar no centro o homem concreto”, diz Pietro Parolin

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Por: André | 20 Janeiro 2014

Ele foi nomeado no final de agosto, mas teve que postergar durante um mês sua entrada efetiva na cúpula da Secretaria de Estado devido a uma cirurgia; poucas semanas depois do início do seu trabalho como principal colaborador do Papa Francisco e poucos dias após o anúncio da sua inclusão na lista dos novos cardeais que serão criados no Consistório de 22 de fevereiro, o arcebispo Pietro Parolin (foto) concedeu uma entrevista sobre o papel da diplomacia pontifícia ao Centro Televisivo Vaticano.

 
Fonte: http://bit.ly/1dWLBbE  

A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 17-01-2014. A tradução é de André Langer.

Na entrevista, concedida a Barbara Castelli, Parolin refletiu sobre sua nova missão e sobre o papel que a diplomacia vaticana exerce no contexto internacional. “Me dou conta – afirmou – de que se trata de um serviço de muito compromisso, de um serviço muito exigente e cheio de responsabilidades. Mas gostaria de destacar que se trata, sobretudo, de um serviço muito apaixonante nesta nova estação da Igreja inaugurada pelo Pontificado do Papa Francisco. A prioridade é a transformação missionária da Igreja, uma Igreja que sai, como disse o Pontífice, uma Igreja em permanente estado de missão”.

Falando sobre a “ética da solidariedade e sobre a utopia do bem”, citadas por Bergoglio, o secretário de Estado observou: “O Papa constitui-se, neste caso, como a consciência moral, um pouco, da humanidade. Em nível diplomático (gostaria de destacar), às vezes, pode parecer que os apelos do Papa não encontram uma resposta imediata. Na realidade, há um grande desejo de bem, há um grande esforço para construir verdadeiramente a paz no mundo”.

Ao descrever os “princípios fundamentais” que são a base de uma “diplomacia humana”, o secretário de Estado explicou: “A diplomacia deve ser humana. Por conseguinte, deve ter em seu centro a pessoa humana: este é um primeiro princípio fundamental. E gostaria de dizer que o Papa Francisco nos impulsiona a considerar esta centralidade da pessoa humana de uma maneira que não é abstrata, o homem como tal, mas cada homem, cada pessoa deve estar no centro da nossa ação, sobretudo os pobres, os marginalizados, os fracos, todos os que são vulneráveis, as pessoas que não têm voz”.

Outro aspecto que cabe destacar, segundo Parolin, é o diálogo: “A diplomacia deve orientar-se para o encontro: muitas vezes o Papa destacou a importância da cultura do encontro, isto é, sair do isolamento e encontrar-se, porque somente encontrando-nos podemos nos entender, podemos nos aceitar e podemos colaborar. Além do encontro, outro aspecto importante é a solidariedade e preocupar-se com as situações dos outros, contra esta cultura da indiferença que o Papa não deixa de denunciar. Preocupar-se, pois, com cada uma das pessoas e suas situações de sofrimento. No final das contas, poderíamos dizer que o princípio de uma diplomacia humana é o amor, é a atenção para com a pessoa, o amor para com cada ser humano”.

Em relação à contribuição específica da diplomacia pontifícia, o secretário de Estado explicou durante a entrevista ao CTV: “eu creio que esta é a nossa tarefa, sempre foi a tarefa da diplomacia vaticana. Neste momento, no qual há tantos conflitos, no qual o mundo vive tantas lacerações e tantas contraposições, creio que fomos chamados (agora mais do que nunca) a promover e consolidar este encontro, este diálogo e este respeito recíproco. Creio que um dos principais desafios no mundo de hoje, quando as diversidades se aproximaram e podem dar origem a enfrentamentos, ou inclusive a conflitos, o grande desafio é fazer com que estas diferenças e estas diversidades (que podem ser políticas, culturais, religiosas) não se convertam em motivo de contraposição e de luta, mas de enriquecimento recíproco. É importante encontrar o caminho para enriquecer a partir das diferentes diversidades. E esta é a tarefa da diplomacia em geral e da diplomacia vaticana em particular”.

Com sua entrada no Colégio Cardinalício, o papel de Parolin aumentará. Embora na reforma que está em estudo é provável que haja um reposicionamento geral da influência da Secretaria de Estado em relação à Cúria romana, o novo cardeal italiano representa uma das figuras mais próximas a Francisco.

A entrevista completa foi publicada no sítio do CTV; um resumo também apareceu no último episódio de Vatican Magazine, o programa semanal do CTV que é transmitido pela internet.

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