Francisco: Jubileu da Misericórdia significa que devemos abrir o coração, perdoar

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17 Dezembro 2015

O Papa Francisco exortou os católicos de todo o mundo a usarem o Ano Jubilar da Misericórdia para “escancarar” as portas do coração visando perdoar os outros e trabalhar contra a exclusão social, mesmo daqueles que podem ter nos aborrecido ou irritado.

A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 16-12-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Em sua audiência geral na Praça de São Pedro nesta quarta-feira (16 de dez.), o pontífice falou que atravessar por qualquer uma das Portas Santas espalhadas pelas dioceses ao redor do mundo para o Ano Jubilar deve ser um sinal de uma “verdadeira conversão do nosso coração”, sugerindo que as pessoas podem até mesmo se postar diante da Porta Santa e pedir: “Senhor, ajudai-me a abrir as portas do meu coração!”

“O Ano Santo não será muito eficiente caso as portas dos nossos corações não deixarem Cristo entrar, ele que nos impele a irmos ao encontro do outro, para levá-lo e levar o seu amor”, disse o papa.

“Portanto, assim como a Porta Santa continua aberta porque ela é o sinal do acolhimento que o próprio Deus reserva para nós, também as nossas portas – aquelas do coração – devem sempre estar abertas, para não excluir ninguém”, disse. “Nem mesmo aqueles que nos aborrecem. Ninguém!”

Francisco estava falando em sua audiência nesta quarta-feira durante uma reflexão sobre o significado do Ano Jubilar, período especial que o papa convocou para a Igreja Católica e que se iniciou no dia 8 deste mês, indo até o dia 20 de novembro de 2016. Este tempo vai servir para a Igreja focar-se na natureza ilimitada da misericórdia de Deus.

Um Ano Jubilar é um ano especial celebrado pela Igreja Católica para receber as bênçãos e o perdão de Deus bem como a remissão dos pecados.

Enquanto a maioria dos Jubileus se centraram mais em chamar os peregrinos a Roma para receber o perdão – em geral passando através de uma Porta Santa especial em uma basílica papal –, Francisco expandiu e muito a edição deste ano, pedindo que as dioceses do mundo abram as suas Portas Santas em uma catedral ou em outra igreja buscando expandir a prática em todo o planeta.

O pontífice explicou ter pedido que as portas fossem abertas em todos os lugares de forma que “o Jubileu aconteça no mundo inteiro, e não apenas em Roma”.

“Eu quis que este sinal da Porta Santa pudesse estar presente em cada igreja local, para que o Jubileu da Misericórdia se torne uma experiência compartilhada por cada pessoa”, declarou ele. “O Ano Santo, nesse sentido, acontece na Igreja inteira e é celebrado em cada diocese, da mesma forma que em Roma”.

“A primeira Porta Santa foi, inclusive, aberta verdadeiramente no coração da África”, disse ele, referindo-se ao fato de ter aberto uma Porta Santa para o Ano Jubilar durante a sua visita de novembro à República Centro-Africana.

“Que esta comunhão eclesial se torne sempre mais intensa, de forma que a Igreja possa ser um sinal vivo do amor e da misericórdia do Pai no mundo”, pediu Francisco.

Ele igualmente advertiu os católicos contra as pessoas que ele chamou de “um tanto inteligentes ou demais espertas” que tentam cobrar dinheiro para se poder passar pela Porta Santa.

“Não se paga pela salvação!”, exortou Francisco. “A salvação não se compra. A porta é Jesus, e Jesus é grátis!”

“A Porta indica o próprio Jesus quando disse: ‘Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem’”, afirmou Francisco. “Atravessar a Porta Santa é o sinal da nossa confiança no Senhor Jesus que não veio para julgar, mas para salvar”.

Francisco disse também que a misericórdia e o perdão “não devem permanecer belas palavras, mas se realizarem na vida cotidiana”.

“O amor e o perdão são os sinais concretos e visíveis de que a fé transformou os nossos corações e permite-nos manifestar em nós a mesma vida de Deus”, completou.

“Amar e perdoar como Deus ama e perdoa”, continuou. “Trata-se de um programa de vida que não deve conhecer interrupções ou exceções, mas nos impulsiona a ir sempre além sem jamais nos cansar, com a certeza de sermos amparados pela presença paterna de Deus”.

O papa também pediu que as pessoas considerassem ir ao confessionário durante o Ano Santo.

“Deus perdoa a todos”, disse Francisco. “Deus nos compreende, até mesmo em nossos limites, em nossas contradições”.

“Com o seu amor, nos diz que quando reconhecemos os nossos pecados ele é ainda mais próximo de nós. (...) Quando reconhecemos os nossos pecados e pedimos perdão, há festa no céu. Jesus dá uma festa! É esta a sua misericórdia: não desanimem”.

Francisco concluiu a sua audiência trazendo o exemplo de uma pessoa que diz haver alguém em sua vida que ela não consegue perdoar.

“Todos nós ouvimos isto: ‘Eu não consigo perdoar’”, disse o papa. “Mas como podemos pedir que Deus nos perdoe, se nós não somos capazes de perdão?”

“Certamente perdoar não é fácil”, disse ele. “No entanto, se nos abrirmos a acolher a misericórdia de Deus por nós, seremos nós também mais capazes de perdoar”.

“Portanto, coragem!”, exortou Francisco aos presentes na Praça de São Pedro. “Coragem, avante!

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