“O perdão de Deus não é uma sentença de tribunal”, disse o Papa Francisco

Mais Lidos

  • “Os israelenses nunca terão verdadeira segurança, enquanto os palestinos não a tiverem”. Entrevista com Antony Loewenstein

    LER MAIS
  • Golpe de 1964 completa 60 anos insepulto. Entrevista com Dênis de Moraes

    LER MAIS
  • “Guerra nuclear preventiva” é a doutrina oficial dos Estados Unidos: uma visão histórica de seu belicismo. Artigo de Michel Chossudovsky

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

Por: André | 03 Novembro 2015

O Senhor tem “compaixão por cada um de nós”, pela “humanidade e mandou seu Filho para curá-la e regenerá-la”. Principalmente, perdoando não como um “funcionário de tribunal”, mas (e a diferença é enorme) como um pai. É por isso que os padres que decidiram dedicar suas vidas a Deus devem saber comover-se, ter compaixão e “implicar-se na vida das pessoas”. A afirmação foi feita pelo Papa Francisco, em espanhol, na manhã da sexta-feira, durante a homilia da missa na Capela da Casa Santa Marta, segundo indicou a Rádio Vaticano.

A reportagem é de Domenico Agasso Jr e publicada por Vatican Insider, 30-10-2015. A tradução é de André Langer.

“É interessante – observou – que na parábola que todos conhecemos, do Filho Pródigo, diz-se que quando o pai – que é uma representação de Deus que perdoa – vê chegar seu filho, teve compaixão. A compaixão de Deus não é ter piedade: uma coisa não tem nada a ver com a outra”.

Eu, acrescentou Jorge Mario Bergoglio, “posso ter piedade do cachorro que está morrendo”, mas a compaixão de Deus é outra coisa: é “imiscuir-se no problema, na situação do outro, com o coração de Pai”. E por isso, destacou, “Deus mandou seu Filho”.

“Jesus curava as pessoas – afirmou –, mas não era um curandeiro. Não! Curava as pessoas como um sinal da compaixão de Deus, para salvá-las, para trazer de volta a ovelha perdida, o dinheiro perdido na bolsa daquela senhora. Deus tem compaixão. Deus nos coloca em seu coração de Pai, coloca a cada um de nós em seu coração.”

“E quando Deus perdoa, perdoa como um Pai e não como um funcionário do tribunal, que lê a sentença e diz: ‘Absolvido por insuficiência de provas’ – disse o Papa. Perdoa-nos por dentro. Perdoa porque se colocou no coração desta pessoa”. Jesus, acrescentou, foi enviado “para nos trazer a Boa Nova e libertar aqueles que se sentem oprimidos”. Jesus “foi enviado para estar em cada um de nós, libertando-nos de nossos pecados, de nossos males”.

“É isto que faz um sacerdote: comover-se, implicar-se com a vida das pessoas, porque um padre é um sacerdote, assim como Jesus é sacerdote. Quantas vezes – e depois temos que nos confessar – criticamos aqueles padres aos quais não interessa aquilo que acontece em sua congregação, que não se preocupam. Não, não é um bom padre! Um bom padre é aquele que se implica”.

Um bom padre, retomou, é aquele que se preocupa “com os problemas humanos”. E o Papa deteve-se no serviço oferecido à Igreja pelo cardeal Javier Lozano Barragán, ali presente, por ocasião da celebração de seus 60 anos de sacerdócio. Francisco retomou com gratidão o seu compromisso com o dicastério dos Agentes de Saúde “no serviço que a Igreja presta aos doentes”.

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

“O perdão de Deus não é uma sentença de tribunal”, disse o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU