Israel x Palestina.''Chega de conflito, o papa quer a paz entre esses dois povos.'' Entrevista com Samir Khalil Samir

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15 Mai 2015

"A Santa Sé, com a decisão anunciada nessa quarta-feira, reconhece o Estado palestino porque está consciente de que esse reconhecimento é o único caminho para a paz duradoura. Houve mortes demais, guerras demais, discussões demais nesses últimos 60 anos. E não é possível continuar uns perto dos outros como inimigos. Indo além dos extremistas palestinos e israelenses, a Santa Sé quer trilhar o caminho dos moderados no rastro de todas as declarações feitas pela ONU."

A reportagem é de Paolo Rodari, publicada no jornal La Repubblica, 14-05-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O padre Samir Khalil Samir, jesuíta egípcio, pró-reitor do Pontifício Instituto Oriental de Roma, recente autor de Quelle tenaci primavere arabe (Ed. EMI) e um dos islamólogos mais escutados no Vaticano, reconhece o "passo histórico" posto em campo nessa quarta-feira pela Santa Sé e, ao mesmo tempo, espera "novas ações por parte tanto palestina quanto israelense".

Eis a entrevista.

Padre Samir, a posição vaticana segue a linha da comunidade internacional?

Absolutamente sim. A ONU, ainda em 1948 e posteriormente em 1967, falou da necessidade de reconhecer dois Estados. A Santa Sé sempre manteve esse princípio que, na fase atual, é a única solução viável, dois Estados independentes que se reconhecem e são reconhecidos por todos os países do mundo. O objetivo é chegar a uma solução pacífica no Oriente Médio, mantendo provisoriamente a existência de Jerusalém dividida entre palestinos e israelenses.

Israel, nessa quarta-feira, disse estar "desiludida" com a decisão anunciada pela Santa Sé.

Israel se diz desiludida porque reflete a visão de Netanyahu. Ele foi eleito pela quarta vez, provavelmente porque o povo não acredita na resolução pacífica. Para mim, os terroristas são aqueles que rejeitam as decisões internacionais. O Hamas é terrorista, certamente, mas o Estado israelense deveria dar passos concretos em direção à paz. Todos os meses, Israel ocupa uma parte do território que não lhe pertence. Ao contrário, é preciso que todos reconheçam o valor das decisões internacionais e deponham as armas. Devemos chegar a buscar o reconhecimento dos dois Estados no interesse comum.

Com Francisco, o senhor acredita que muita coisa pode mudar?

Francisco continua a política própria de sempre do Vaticano sobre os princípios. Mas agora é preciso reconhecer a ele a tentativa de jogar esses princípios no campo, buscando a amizade e a cortesia de todos, fazendo atos positivos.

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