Papa Francisco, o filho do Concílio que se tornou um homem livre. Entrevista especial com Andrea Grillo

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Por: Ricardo Machado | Tradução: Mariana Szajbely | 29 Junho 2018

Papa Francisco não é o tipo de pontífice que descumpre os cânones eclesiais, mas os cumpre a seu modo. Filho legítimo do Concílio Vaticano II, Bergoglio, como lembra o professor e pesquisador italiano Andrea Grillo, “celebra as missas conforme mandam os cânones católicos, mas o faz como se fosse um pároco, não tem a ver com o que chamaríamos de missas papais, senão com um sacerdote que inicia o dia concelebrando com as pessoas da comunidade”, descreve Grillo, em entrevista concedida pessoalmente à IHU On-Line, durante o XVIII Simpósio Internacional IHU. A virada profética de Francisco.

Sobre as transformações na Igreja Católica, Grillo fez questão de esclarecer o que, para ele, é o significado da “Igreja em saída” de Bergoglio. “Deixar-se sair, no caso da Igreja, significa ter comprometimento com todas as realidades de dor, de guerra, de sofrimento, de migrações. Em relação a essas realidades, podemos compreendê-las como pecado e deixá-las a uma distância 'segura' ou, a partir de categorias como misericórdia, abraçar todas elas”, pondera. “Mais do que sair para a realidade, é necessário também sair de categorias mentais estreitas em que tudo se reduz à doutrina ou à disciplina, pois para o Papa estas categorias só podem ser úteis quando têm a ver com a realidade; do contrário, o que se faz é praticar violência contra as pessoas”, complementa.

Seus discursos e falas, mesmo aquelas de improviso, soam como profecias, não exatamente por seu ar religioso, mas pelo zelo e cuidado com as palavras, que têm força literária. “Ele fala como um poeta, é uma pessoa com alta formação que conhece muita literatura, muito cinema; ele bebe muito destas fontes e as usa para fazer seus discursos. É isso que faz com que seus discursos toquem profundamente muitas pessoas. Além disso é um homem livre, porque goza da liberdade de pedir perdão por seus erros, e isso só um homem livre é capaz de fazer”, destaca o entrevistado. Não se pode compreender Francisco sem um exercício genealógico, levando em conta três chaves de leitura essenciais. “Em primeiro lugar ele é latino-americano, e não europeu. A segunda diferença é que ele é jesuíta. A terceira diferença é que ele é o primeiro papa filho do Concílio. Francisco é o filho 'irresponsável' que recebe a herança do Concílio e a transforma em uma mudança de época, tendo uma postura de homem livre frente às mudanças que o Concílio impulsiona”, propõe.

Andrea Grillo | Foto: Ricardo Machado (IHU)

Andrea Grillo é filósofo e teólogo italiano, leigo, especialista em liturgia e pastoral. Doutor em teologia pelo Instituto de Liturgia Pastoral, de Pádua, é professor do Pontifício Ateneu Santo Anselmo, de Roma, do Instituto Teológico Marchigiano, de Ancona, e do Instituto de Liturgia Pastoral da Abadia de Santa Giustina, de Pádua. Também é membro da Associação Teológica Italiana e da Associação dos Professores de Liturgia da Itália.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como Francisco compreende a concepção de liturgia? Em que medida ele apresenta uma nova perspectiva litúrgica?

Andrea Grillo – Francisco entende o conceito de liturgia como um ato da comunidade eclesial. Ao fazer isso ele se inspira diretamente nos textos do Concílio Vaticano II [1]. Trazer estas perspectivas 50 anos depois do Concílio, ainda mais levando em conta o que foi a recepção após o encontro, parece uma grande novidade. O que se fez nos últimos 30 anos da Igreja foi congelar tudo o que foi vivido no Concílio Vaticano II. Por isso, quando Francisco retoma a ideia de que se deve colocar ao centro a participação dos fiéis, parece que está dizendo uma grande novidade, quando, na verdade, tudo o que ele faz é repetir o Concílio. O Papa faz isso após uma série de declarações e ordens que colocaram um freio à reforma litúrgica e, além disso, reintroduziram ritos prévios ao Concílio. Francisco coloca os fiéis no centro da liturgia porque ela é a linguagem dos fiéis, a linguagem do povo.

IHU On-Line – Francisco fala em enculturação da fé. Qual a importância dessa perspectiva e até que ponto, a partir dela, podemos pensar numa liturgia própria para cada lugar do mundo? E isso ameaçaria a unidade da Igreja?

Andrea Grillo – Para responder a esta questão é preciso dividi-la em três etapas. A primeira diz respeito ao Papa, que celebra as missas conforme mandam os cânones católicos, mas o faz como se fosse um padre paroquial, não tem a ver com o que chamaríamos de missas papais, senão com um sacerdote que inicia o dia concelebrando com as pessoas da comunidade. A práxis dos papas anteriores era diferente, de modo que eles celebravam somente com seus secretários próximos. Essa mudança demonstra um outro modo de viver a fé, que não a teoriza, mas a pratica. Sua formação, entre 1960 e 1971, foi justamente nos anos em que o Concílio foi convocado e realizado. Portanto, ele viveu tudo isso em seus anos de formação.

O segundo aspecto é que o Papa celebra a missa de um modo jesuíta, simples, com poucas palavras, mas com palavras muito precisas, o que parece trazer um ar profético ao seu discurso. Então ele faz coisas como celebrar missas em um presídio, lavar os pés de mulheres, criminosos e ateus ou pessoas de outras crenças. Em certo sentido, isso poderia ser considerado um “abuso”, porque vai contra as normas, porque não se permitia lavar os pés de quem não fosse homem, por exemplo. Isso poderia ser interpretado em um sentido negativo, mas na verdade não, pois as normas têm que condizer com a realidade, e não o contrário.

O terceiro nível é um aspecto mais teórico e diz respeito ao último documento que foi publicado e que trata da questão litúrgica, Magnum Principium [2]. Nesse texto o Papa resgata dois pontos. Um deles é que se delega aos bispos a última decisão sobre a liturgia local, que não é uma novidade, pois estava no Concílio, mas desde 2001 não se praticava por interferência de Roma. Em segundo, evidentemente, o Vaticano continua funcionando como referência central, como um controle formal e de construção de uma unidade, mas não como o modelo único a ser seguido. De modo que a liturgia não pode ser a tradução literal do Latim para as línguas modernas, é preciso que haja referência ao Latim juntamente às referências locais e às línguas locais.

Tradução

O fato é que o Latim tem figuras retóricas que, às vezes, são intraduzíveis literalmente para outras línguas. Isso leva à necessidade de explicar certos termos e desenvolvê-los, porque um termo pode significar muitas coisas contemporaneamente. Quando se traduz uma dessas palavras do Latim para o italiano ou português ela pode ser traduzida por quaisquer desses muitos sentidos que as palavras têm, então é necessário contextualizar o que se pretende dizer. Essa particularidade da tradução como algo complexo foi interpretado durante os anos 1990 e começo dos anos 2000 como uma perda no sentido das palavras, mas hoje percebemos de modo diferente, como um ganho, uma riqueza, porque isso ajuda a desenvolver as línguas locais e os sentidos são ampliados pelas próprias línguas locais.

O que Roma fazia, de forma irracional, era enviar à conferência episcopal do Brasil os textos que eram traduzidos para o português para depois traduzi-los novamente para o Latim e, finalmente, traduzir uma vez mais para o português, como se isso pudesse garantir a unidade do discurso para que os sentidos fossem conservados, como uma tentativa de manter a língua do “império”, que é um modelo medieval.

Em Latim, diz-se “o cálice é oferecido por ‘multis’ [termo em Latim]”, que foi traduzido para as línguas modernas como “muitos”, mas na realidade quer dizer “todos”, de modo que a palavra, embora inclua muitas pessoas, está deixando outras de fora. Portanto, o significado é “todos”. Até mesmo em grego a palavra que se usa é a referente à integralidade e o texto em Latim foi traduzido do grego, de modo que agora há ainda uma tradução a mais que é do Latim para os nossos idiomas. Bento XVI [3] argumentava que devia traduzir o termo latino “multis” para “muitos” e fazer a catequese para explicar que, na verdade, essa palavra significa “todos”. A fidelidade não deve ser à palavra, mas ao sentido da palavra, e Cristo não está em nenhuma dessas línguas, mas na realidade. É isso que o Papa diz quando menciona que a “realidade é superior à ideia”.

IHU On-Line – Como o senhor tem observado o conceito de “Igreja em saída” de Francisco em seu pontificado? Essa perspectiva pode contribuir para um enfrentamento dos conflitos do mundo de hoje?

Andrea Grillo – Há um jogo de palavras que se cria, justamente, por causa da tradução. A Igreja “em saída” significa uma “igreja em subida”, porque se trata de uma coisa fatigante e difícil, pois estamos falando de uma instituição que se acostumou a ficar fechada em si mesma.

No discurso do Papa aos seus colegas durante o conclave, quando, na verdade, ainda era o cardeal Jorge Mario Bergoglio, três dias antes de ser escolhido pontífice, ele usou a expressão “Igreja em saída”. Tem um trecho do Apocalipse que diz “O Senhor está na porta e bate”, mas Bergoglio reiterava, com uma boa pitada de sarcasmo argentino, que a frase deveria ser interpretada de modo que “o Senhor estava no lado de dentro da casa e chamava para sair”. Deixar-se sair, no caso da Igreja, significa ter comprometimento com todas as realidades de dor, de guerra, de sofrimento, de migrações. Em relação a essas realidades, podemos compreendê-las como pecado e deixá-las a uma distância “segura” ou, a partir de categorias como misericórdia, abraçar todas elas.

Mais do que sair para a realidade, é necessário também sair de categorias mentais estreitas em que tudo se reduz à doutrina ou à disciplina, pois para o Papa estas categorias só podem ser úteis quando têm a ver com a realidade; do contrário, o que se faz é praticar violência contra as pessoas.

IHU On-Line – Passados cinco anos do pontificado, que imagem podemos afirmar que Francisco vem construindo? Em que medida ele confirma e até que ponto subverte as expectativas do início de seu pontificado?

Andrea Grillo – A imagem de Francisco como papa é uma imagem muito original, de um papa diverso. Criaram-se, inicialmente, dois tipos de expectativas: a primeira de um papa espetacular, um argentino, mas que a Igreja permaneceria igual substancialmente; a segunda era de que em seis meses o Papa faria uma reforma total da Igreja. O que de fato ocorreu é que as duas expectativas foram sendo desconstruídas, de modo que o Papa não é um homem de aparências, mas um sujeito profundo, e o que ocorreu foi que ele começou a colocar a Igreja em caminho. Para isto, o Papa iniciou processos de conversão que mostram que não se trata de um papa espetacular, tampouco de um reformista imediato.

Se a Igreja é constituída pelas noções de doutrina e disciplina, mudar uma série de documentos poderia ser suficiente em tese, mas o que ocorre de fato é a necessidade de construir uma série de processos que nos levarão a mudanças na doutrina e na disciplina com um espaço de tempo diferente. O Papa sabe que as trocas reais são processos longos. Então, por meio dos processos é que se pode chegar a uma doutrina e disciplina nova, portanto não se trata de trocar as palavras, mas de mudar a realidade para que depois isso se reflita nas palavras.

IHU On-Line – O que desperta tanta curiosidade em Francisco? O que o faz ser ouvido por líderes internacionais tão distintos, até mesmo chefes de Estado que divergem entre si sob vários aspectos?

Andrea Grillo – O Papa tem uma capacidade de estar em público na cena mundial, por meio de suas viagens, que é muito singular, para além da capacidade que é intrínseca a quem ocupa o posto de pontífice. Ele tem uma presença testemunhal e uma capacidade de usar as palavras e fazer testemunhos sobre os conflitos contemporâneos que é impressionante. Quando ele estava em Jerusalém, proferiu um discurso grandioso aos israelenses, tomando por base somente o antigo testamento, com um respeito, uma profundidade e uma dureza incríveis. Depois, quando se encontrou com Shimon Peres, em uma cerimônia um pouco mais reservada, e ouviu boas palavras em relação a ele, ocorreu-lhe fazer uma nova bem-aventurança dizendo que “bendito é o homem que sabe guiar um país à paz”. E fez tudo isso com um discurso muito preciso e com uma profundidade impressionante que “saiu” naturalmente.

Ele fala como um poeta, é uma pessoa com alta formação que conhece muita literatura, muito cinema; ele bebe muito dessas fontes e as usa para fazer seus discursos. É isso que faz com que seus discursos toquem profundamente muitas pessoas. Além disso é um homem livre, porque goza da liberdade de pedir perdão por seus erros, e isso só um homem livre é capaz de fazer. O Papa faz isso de modo pessoal, não em nome da Igreja.

IHU On-Line – Como o senhor avalia a renúncia dos bispos chilenos?

Andrea Grillo – As fontes de informação que temos não nos permitem saber o que realmente aconteceu. O ponto inicial importante é que o Papa se reuniu com os bispos depois de ter se reunido com as vítimas. A renúncia pode ser interpretada de dois modos: 1) como um ato de fidelidade ao Papa, dar-lhe carta branca para agir como bem entende sem deixá-lo pressionado; ou 2) como um desafio ao Papa, no sentido de que “se não nos defende renunciamos”. A verdade é que penso que tem mais a ver com um gesto de fidelidade e comunhão eclesial.

A renúncia de Bento XVI foi um ato puro e limpo porque, ocupando o cargo máximo da Igreja, não tem a quem pedir renúncia. Então isso é muito diferente de quando alguém pede renúncia ao seu superior. Isto pode trazer uma grande renovação a nível episcopal para entender que a Igreja não pode resolver tudo internamente e que é preciso fazer referência a terceiros, como o é o caso das vítimas. A Igreja tem que aceitar esses terceiros e não pode resolver tudo internamente.

Na Itália houve um conflito com o Papa porque os bispos diziam que não tinham obrigação de denunciar um abusador. O que acontecia? Eles transferiam os abusadores para outros locais e ficava tudo por isso mesmo, o sofrimento da vítima não importava. Essa é uma ideia clerical de Igreja e, além disso, por mais que a Igreja esteja submetida às suas leis internas, ela está submetida à lei comum. Se não cumprir as leis e acobertar os crimes, perde-se credibilidade diante das pessoas.

Na Irlanda, onde os abusos foram imensos, foram pendurados cartazes nas igrejas onde há a informação de que crianças e adolescentes até determinada idade são proibidos de entrar desacompanhados. Todas as pessoas que trabalham com crianças, treinadores esportivos e pessoas que convivem com crianças, são obrigados a ir à polícia fazer um cadastro e deixar as digitais, porque se acontecer qualquer coisa eles já estão identificados [esse procedimento não é comum na Europa, eles consideram muito invasivo tomar as impressões digitais das pessoas].

IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?

Andrea Grillo – Compreender Francisco exige um olhar genealógico. Em primeiro lugar ele é latino-americano, e não europeu. A segunda diferença é que ele é jesuíta. A terceira diferença é que ele é o primeiro papa filho do Concílio. Todos os papas anteriores foram “pais” conciliares, seja por serem teólogos, seja por serem bispos que participaram do Concílio. Isso os levou a ter uma responsabilidade maior pelo Concílio, como alguém que tenta protegê-lo. Francisco é o filho “irresponsável” que recebe a herança do Concílio e a transforma em uma mudança de época, tendo uma postura de homem livre frente às mudanças que o Concílio impulsiona. Isso se manifesta, inclusive, na forma de celebração que ele defende.

Notas:

[1] Concílio Vaticano II: convocado no dia 11-11-1962 pelo papa João XXIII. Ocorreram quatro sessões, uma em cada ano. Seu encerramento deu-se a 8-12-1965, pelo papa Paulo VI. A revisão proposta por este Concílio estava centrada na visão da Igreja como uma congregação de fé, substituindo a concepção hierárquica do Concílio anterior, que declarara a infalibilidade papal. As transformações que introduziu foram no sentido da democratização dos ritos, como a missa rezada em vernáculo, aproximando a Igreja dos fiéis dos diferentes países. Este Concílio encontrou resistência dos setores conservadores da Igreja, defensores da hierarquia e do dogma estrito, e seus frutos foram, aos poucos, esvaziados, retornando a Igreja à estrutura rígida preconizada pelo Concílio Vaticano I. A revista IHU On-Line publicou na edição 297 o tema de capa Karl Rahner e a ruptura do Vaticano II, de 15-6-2009, bem como a edição 401, de 3-9-2012, intitulada Concílio Vaticano II. 50 anos depois, e a edição 425, de 1-7-2013, intitulada O Concílio Vaticano II como evento dialógico. Um olhar a partir de Mikhail Bakhtin e seu Círculo. Em 2015, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU promoveu o colóquio O Concílio Vaticano II: 50 anos depois. A Igreja no contexto das transformações tecnocientíficas e socioculturais da contemporaneidade. As repercussões do evento podem ser conferidas na revista IHU On-Line 466, de 1-6-2015. (Nota da IHU On-Line).

[2] O IHU, nas Notícias do Dia de 12-9-2017, no seu sítio, publicou o texto do Andrea GrilloMotu proprio ‘Magnum principium’, o desbloqueio das traduções e a retomada do Vaticano II”. Acesse em http://bit.ly/2N6aFXF. (Nota da IHU On-Line).

[3] Bento XVI, nascido Joseph Aloisius Ratzinger (1927): foi papa da Igreja Católica e bispo de Roma de 19 de abril de 2005 a 28 de fevereiro de 2013, quando oficializou sua abdicação. Desde sua renúncia é Bispo emérito da Diocese de Roma. Foi eleito, no conclave de 2005, o 265º Papa, com a idade de 78 anos e três dias, sendo o sucessor de João Paulo II e sendo sucedido por Francisco. (Nota da IHU On-Line).

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